Rodrigo Pacheco, durante discurso na COP26 nesta terça-feira (9), voltou a criticar o desmatamento ilegal no Brasil e diz que o país precisa reconhecer os erros e mudar a política atual. O presidente do Senado afirmou: “Reconhecer nossos erros é premissa de toda negociação. É importante sentarmos na mesa fixando uma premissa real: temos um problema grave de desmatamento ilegal das nossas florestas.” Enquanto Pacheco falava, Joaquim Leite, ministro do Meio Ambiente apenas balançou a cabeça em sinal de concordância, mas não se manifestou.
Por sua vez, Leite resolveu se manifestar já que o Brasil está na mira dos observadores internacionais por causa da floresta Amazônica. O ministro do Meio Ambiente disse, nesta quarta-feira (10), na plenária da Convenção do Clima em Glasgow (COP-26) que reconhece seus desafios e trabalha para superá-los. Na sequência, apresentou uma série de atividades feitas pelo governo recentemente – algumas que apenas foram implantadas depois de denúncias de ativistas e da imprensa.
“Para conter o desmatamento ilegal na Amazônia, o governo federal dobrou os recursos destinados às agências ambientais federais e promoveu a abertura de concursos para 739 novos agentes ambientais”, citou ele. O ministro também relatou que o Ministério da Justiça intensificou as ações de comando e controle, com 700 homens da Força Nacional em campo, que atuam em 23 municípios de forma ostensiva e permanente. Continuou dizendo que o Ministério da Defesa lançou recentemente um sistema de monitoramento da floresta “inovador e ainda mais preciso”.
Leite apontou, no entanto, que onde existe muita floresta também existe muita pobreza. E, para promover o desenvolvimento sustentável da região, o governo decidiu criar o Programa Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais Floresta+, que busca fomentar o mercado de serviços ambientais, reconhecendo e remunerando quem cuida de floresta nativa.
Mercado de carbono
O ministro comentou ainda que o Brasil tem atuado de forma proativa nas tratativas em torno do futuro das transações de crédito de carbono, a grande expectativa para esta edição da convenção. “Nesta COP e mesmo muito antes de chegarmos aqui, temos trabalhado para que alcancemos resultados positivos na criação do mercado de carbono global sob o Artigo 6º (do Acordo de Paris)”, disse Leite.