Apoiadores dos pré-candidatos à presidência da República e ao governo de Minas Gerais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alexandre Kalil (PSD), disseram à reportagem do g1 que foram surpreendidos por um drone enquanto aguardavam o início de um evento com os dois, em Uberlândia, na tarde desta quarta-feira (15).
Segundo relatos dos militantes que estavam reunidos no estacionamento do Centro Universitário do Triângulo (Unitri), o drone jogou fezes e urina em cima das pessoas.
“Quando o drone chegou a gente achou que era do evento, de repente começou a pulverizar alguma coisa muito fedida, tipo fezes, chorume”, falou Mariana de Araújo, da organização.
À TV Integração, a Polícia Militar informou que o líquido que foi jogado era um produto químico utilizado em lavouras para atrair moscas. Ainda segundo a corporação, três pessoas foram detidas, e o drone foi apreendido.
“Eu estava na arquibancada e o drone apareceu. Pensei que era de filmagem, mas aí começou a cheirar ruim. Era um drone desses de bater veneno em plantação e o pessoal começou a jogar coisas para ver se ele parava”, disse o fretista Valdir Sousa.
Sousa disse ainda que seguiu com um grupo de pessoas na direção do drone e descobriu atrás do muro da universidade três pessoas em uma caminhonete operando o aparelho.
Produto pode ou não ser tóxico
De acordo com a doutora em química e professora da Universidade Federal de Uberlândia, Amanda Danuello Pivatto, alguns dos produtos usados em lavouras podem conter substâncias tóxicas capazes de provocar riscos à saúde em caso de contato direto.
“Algumas classes de substâncias atuam no sistema nervoso, outras, no respiratório, entre outros efeitos. Depende do que foi jogado, mas como as pessoas disseram que o líquido tinha cheiro de urina e fezes, suponho que tenha sido usado um produto com base em matéria orgânica, que não traria grandes riscos. Mas é uma suposição, pois é preciso saber os componentes”, explicou Pivatto.