Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, anunciaram ontem a descoberta de três substancias encontradas em algas marinhas que apresentaram resultados promissores como anti-retrovirais, medicamentos para o tratamento da aids, e germicida de uso vaginal, que poderia prevenir a doença. Os nomes estão em sigilo porque
ainda não foram patenteados.
Em laboratório, essas micromoléculas se mostraram eficazes em inibir a replicação do HIV e, ao contrário de outros anti-retrovirais, apresentaram um nível muito baixo de toxicidade. A mais promissora delas obteve 98% de eficácia com uma dose extremamente reduzida. Essa substância está entre os 30 candidatos aceitos pela Aliança para o Desenvolvimento de Microbicidas, organização internacional financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates.
Os testes clínicos para o microbicida devem começar em 2010 e demoram, no mínimo, quatro anos para serem concluídos. Serão realizados na África, porque precisam ser testados numa população com alto índice de infecção. Para os anti-retrovirais, será preciso mais tempo. Os pesquisadores dependem de um financiamento de R$10 milhões para começarem
Os testes com animais, indispensável para a aprovação de medicamentos de uso oral ou injetável. O valor é baixo, se levado em conta que o País economizaria de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões por ano com a compra de anti-retrovirais. Atualmente, com exceção do AZT, dos 17 medicamentos que compõem o coquetel antiaids, todos os outros são importados ou produzidos com insumos do exterior.