Pela primeira vez desde que assumiu posição antagônica ao presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta terça-feira, 7, que apoia o afastamento e impeachment do chefe do Executivo nacional.
Durante entrevista coletiva nesta tarde, Doria disse que até o momento cabia ao Congresso avaliar e julgar fatos contra Bolsonaro. “Mas depois do que assisti e ouvi hoje em Brasília, sem sequer ter ouvido o que o presidente pronunciará aqui, ele claramente afronta a Constituição, desafia a Democracia e empareda a Suprema Corte brasileira”, disse Doria.
Bolsonaro participou pela manhã de atos em Brasília onde voltou a cobrar o cerceamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e deve discursar à tarde, na avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, a partir das 15h30 de hoje, para apoiadores.
Segundo Doria, “o volume de crimes já cometidos pelo presidente da República no dia de hoje nas manifestações são mais do que suficientes para justificar – se não um novo pedido – os mais de 130 pedidos de impeachment que adormecem na mesa do presidente da Câmara dos Deputados em Brasília”. “Minha posição como governador é clara e amparada no Direito e na Constituição. O presidente precisa sofre o julgamento de impeachment pelos equívocos, erros e pelo afrontamento à democracia”, completou.
O governador também confirmou a convocação de executiva nacional do partido amanhã (8) que irá discutir a posição do partido no Congresso Nacional. Doria disse que prontamente cumprimentou o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, pela reunião convocada que irá discutir “o que está sucedendo hoje no Brasil” O governador também ressaltou que não faz parte da executiva nacional do PSDB e por isso não participa da reunião. “O PSDB é o partido pelo qual eu fui eleito governador do Estado de São Paulo, o Estado mais densamente habitado do País, a maior força econômica do País e a nossa posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro”, reforçou o governador.
Doria também defendeu que o partido passe da posição de independência no Congresso Nacional para a oposição ao governo.