Para economizar na hora de fazer omelete, a dona de casa Cleonicia Evaristo, de 63 anos, comprou uma galinha na feira, mas estranhou porque ela estava demorando para botar. Quando a galinha botou, veio uma surpresa, um ovo com outro ovo dentro.
“Ela ficou uns dias sem botar e na semana passada ela botou esse ovo. Eu nunca vi isso, eu nem acreditei, como uma galinha pode botar um ovo desse tamanho?”, brincou.
A galinha botou o ovo na semana passada, mas Cleonicia esperou o filho chegar em casa e só quebrou o ovo no último domingo (29) em Inhumas, na Região Metropolitana da capital. O ovo, que tinha mais que o dobro do tamanho de um tradicional, virou uma omelete para a família.
“Eu fiz uma omelete com cebolinha temperada e pensei o tanto que ia dar e o sabor. Eu comi, meu filho comeu, meu marido comeu, deu para todo mundo. O sabor estava bom. Achei saboroso”, disse.
É raro?
O g1 ouviu o biólogo Edson Abrão para entender o caso. O especialista explicou que isso pode acontecer por inúmeros fatores, como excesso de proteína, alimentação fraca e estresse do animal.
“Não é a coisa mais comum do mundo, mas também não é a coisa mais rara”, explicou.
Edson detalhou que, para o ovo sair, o animal precisa fazer movimentos peristálticos, que são movimentos ondulatórios que acontecem no intestino, no estômago, e nas aves, no oviduto, onde elas produzem o ovo.
“Existe a ovulação, às vezes esse óvulo é fecundado ou não, e ela coloca ele para fora com movimentos peristálticos. Só que às vezes esses movimentos peristálticos, por uma anomalia, faça que exista uma movimentação contra-peristáltica”, pontuou.
Neste momento, com o ovo “mole”, ainda sendo formado no oviduto, ao invés de ter o movimento em um sentido único, para fora, ele vai ao contrário e faz movimentos irregulares, segundo Edson.
“Quando o ovo molinho ainda, ele se encontra com o outro, e o menor é engolido pelo ovo maior. O ovo sem casca, em formação. Aí ele cresce dentro do outro ovo, que já tem casa, pode ter até cinco ovos dentro do mesmo ovo”, completou Edson.