Em um dia marcado pela volta das intervenções do Banco Central, a moeda norte-americana voltou a cair e fechou no menor nível em nove meses. O dólar comercial encerrou a sexta-feira (29) vendido a R$ 3,44, com queda de R$ 0,058 (-1,65%). A cotação está no valor mais baixo desde 31 de julho do ano passado (R$ 3,425).
O dólar operou em queda durante toda a sessão. Com o desempenho de hoje, a divisa encerra abril com queda de 4,34%. No ano, o recuo chega a 12,86%.
A desvalorização do dólar só não foi maior porque o Banco Central (BC) atuou para conter a queda da moeda norte-americana. Depois de quatro dias sem intervir no mercado, a autoridade monetária fez quatro leilões de swap cambial reverso, que equivale à compra de dólares no mercado futuro. Durante a tarde, o BC atuou no sentido oposto e leiloou contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda de divisas no mercado futuro, com compromisso de recompra.
Além do clima político interno, a cotação do dólar foi influenciada por notícias externas. A inflação nos Estados Unidos desacelerou em março, o que indica que o Federal Reserve (Fed, Banco Central do país), pode adiar o aumento de juros básicos da maior economia do planeta, atualmente entre 0,25% e 0,5% ao ano. Taxas mais baixas nos países desenvolvidos estimula o fluxo de capitais financeiros para países emergentes, como o Brasil, onde os juros são mais altos.
No mercado de ações, o índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, caiu pelo segundo dia seguido. O indicador fechou o dia com queda de 0,74%, aos 53.911 pontos. Anteontem (27), o Ibovespa tinha encerrado no maior nível desde o fim de maio do ano passado, o que fez investidores venderem ações para embolsarem os lucros. Apesar da queda de hoje, o Ibovespa terminou abril com alta de 7,7%. Em 2016, a bolsa acumula ganhos de 24,36%.