domingo, 10 de novembro de 2024
Pesquisar
Close this search box.

Dois mil não têm acesso a água encanada na região

Cerca de duas mil pessoas na região de Rio Preto sobrevivem sem acesso direto a água encanada, aponta o Censo de 2010 do IBGE. São 654 domicílios, distribuídos em 47…

Cerca de duas mil pessoas na região de Rio Preto sobrevivem sem acesso direto a água encanada, aponta o Censo de 2010 do IBGE. São 654 domicílios, distribuídos em 47 dos 102 municípios do Noroeste paulista, privados do item mais básico do saneamento. “A universalização do acesso à água é um direito do cidadão. Mas, quanto mais se aproxima dos 100%, mais difícil é chegar efetivamente a esse percentual, devido às áreas irregulares ou mais distantes da malha urbana”, afirma Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil, que discute o acesso ao saneamento básico.

Em Rio Preto, são 142 casas sem acesso à água encanada. Segundo o Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae), esses imóveis estão em loteamentos irregulares ou na zona rural. Antônio Carlos Carvalho, 32 anos, mora em um barraco improvisado no bairro João Paulo 2º, zona norte da cidade, e não possui água encanada. Por isso, teve de improvisar: mangueiras de borracha são responsáveis por trazer a água ao único ponto de abastecimento de casa. O local serve para lavar a louça, a roupa e até para tomar banho. “Tem que ser de canequinha,” diz.

O rapaz mora com a esposa e ambos sobrevivem com o dinheiro recebido por bicos. Mesmo assim, o barraco tem televisão, geladeira e os dois têm celulares. Também no João Paulo 2º, mas em outra parte do bairro, J.A.J., 17 anos, mora com o marido e o filho de 4 meses em um barraco de madeira. No mesmo terreno ainda têm mais três barracos com dez pessoas ao todo. A água encanada foi adaptada das casas vizinhas e o banheiro é uma fossa. Mas o principal problema, segundo ela, é o vento. “Quando é forte, fico com medo de que a casa caia.”

Sabesp

Dos 47 municípios com ao menos um domicílio sem acesso a água encanada na região, 18 são administrados pela Sabesp, incluindo Fernandópolis, Jales e Novo Horizonte. Segundo o superintendente regional da empresa, Antonio Rodrigues Dagrela Filho, a empresa atende a todos os imóveis urbanos regularizados. “Essas casas devem estar na zona rural ou em invasões”, afirma.

Notícias relacionadas