A tuberculose mata aproximadamente cinco mil pessoas por ano no Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, são 9 milhões de novos casos e 1 milhão de reincidências anualmente. O último dia 24 foi dedicado ao Dia Mundial da Luta contra a Tuberculose, uma doença esquecida pela população em geral, mas ainda longe da extinção. O maior estudo realizado até hoje sobre a evolução da tuberculose – que mata 1,7 milhão de pessoas anualmente – se baseia em dados coletados em 81 países, entre 2002 e 2006.
Segundo o médico Dairton Miranda, patologista do Laboratório Dairton Miranda, grande parte da população ainda desconhece os primeiros sintomas da doença causada pela bactéria conhecida como “Bacilo de Koch”. “A bactéria é transmitida através da tosse, do espirro ou até mesmo de uma simples conversa. Caso a tosse persista por três ou mais semanas, o doente deve procurar um médico para que o exame do escarro (baciloscopia) seja solicitado”.
O especialista explica que são três amostras de escarro colhidas e encaminhadas para biópsia. “Atendemos muitos pedidos de análise, nos quais conseguimos identificar os bacilos eliminados no escarro através do microscópio. É indispensável que a biópsia seja feita e, além do exame de escarro, a radiografia do tórax também auxilia no diagnóstico”, afirma Miranda.
As chances de cura da tuberculose diminuem de acordo com a demora da descoberta e do tratamento, principal motivo dos índices de óbitos pela doença. “Outro importante fator incentivador do rápido diagnóstico é o contágio da bactéria. Os doentes não tratados podem transmitir a bactéria através da tosse ou espirro”, diz. Na maioria dos casos, o sistema imunológico extermina o inimigo. O germe pode permanecer “adormecido” por longos anos e “despertar” quando o organismo estiver com a resistência baixa.
O tratamento com maior receptividade na medicina para atacar o mal é através do uso de medicamentos. A maioria dos casos podem ser curados neste período, com a combinação e seqüência de medicação. Mas quando o tratamento é interrompido no período indevido, apenas os micróbios mais fracos morrem, deixando os demais vivos e ainda mais difíceis de serem exterminados. A média brasileira de abandono de tratamento grande, mas em minas ela já foi muito reduzida. “O que determina a eficácia nos resultados é o prosseguimento dado, que caso seja interrompido, faz com que surjam variedades mais do bacilo resistentes ao efeito das drogas. “Muitas pessoas abandonam o tratamento antes do tempo ideal, que geralmente chega a até seis meses”, finaliza.