Diário de bordo do Toyota/SW4 que pertence a Câmara Municipal de Fernandópolis, comprova que o veiculo foi usado para levar o vereador Claudenilson Alves de Araújo “Pastorzão” ao município de Paulo de Faria, na região de Votuporanga, local onde existe uma penitenciária.
O documento teve a data de saída em 14 de março (segunda-feira) às 9h20, com a seguinte descrição: “ Viagem a Paulo de Faria c/ vereador Pastorzão. No documento ainda descrimina como chegada a data do dia 18 de março, fechando a semana, com a “Deslocamento a Brasitânia. Visita a vários bairros – Operação tapa buracos”, iniciando a quilometragem em 0480 e finalizando em 0899, ou seja, num percurso de 419 quilômetros semanal.
Na teoria, a utilização do veiculo oficial público para fins particulares acarretaria em infração político-administrativo, fato que está sendo investigado pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal de Fernandópolis, depois de receber um relatório de uma Sindicância Administrativa, já que teve o envolvimento de um funcionário contratado em regime comissionado e que dirigiu o veiculo até Paulo de Faria.
Na Sindicância, esse mesmo funcionário assumiu toda a culpa pelo deslocamento, já que havia percebido que Claudenilson Pastorzão estava sem condições psicológicas para dirigir o próprio veiculo e ofereceu o próprio carro da Câmara para levar o vereador a Paulo de Faria onde o filho dele estava preso depois de ser preso com drogas.
Em depoimento, esse funcionário declarou que não recebeu autorização do presidente do Poder Legislativo, Gustavo Pinato, e em nenhum momento entrou em contato com ele para informar que estaria levando Pastorzão a Paulo de Faria.
O caso veio à tona depois que a emissora de rádio Alvorada FM denunciou o caso, tendo uma fonte de informação. O fato chegou a Câmara e a princípio, Claudinilson Pastorzão negou que havia usado o veículo para ir a Paulo de Faria, depois que alguns vereadores o questionaram sobre a situação.
Dias depois, Pastorzão resolveu falar a verdade e confessou que havia usado o veiculo oficial da Câmara Municipal para ir até Paulo de Faria onde o filho estava preso, acusado de tráfico de drogas.
Diante da repercussão, a Polícia Seccional abriu inquérito criminal para apurar o caso, colheu provas, solicitando documentos da própria Câmara Municipal e teria encaminhado a documentação ao Ministério Público Estadual que deve decidir se oferece denúncia na Justiça contra Claudenilson Pastorzão.
Na semana passada, o Conselho de Ética notificou Pastorzão e seu advogado de defesa, Ricardo Franco de Almeida, para que apresente, em 15 dias, defesa prévia sobre os fatos. O C.E. pode seguir a recomendação da Sindicância Administrativa e apenas dar uma suspensão de até 90 dias ao vereador sem remuneração ou indicar que o fato foi mais sério e sugerir a cassação do vereador.
Para cassar Claudenilson Pastorzão, há necessidade de 9 votos, mas como está próximo da eleição da mesa diretora do Legislativo para o biênio 2023/2024, a cassação poderá ser negociada por voto, ou seja, pelo voto de Pastorzão.
Para alguns vereadores, se esperava que Pastorzão renunciasse ao mandato para que a imagem da Câmara Municipal de Fernandópolis não ficasse manchada perante a sociedade e virasse motivo de críticas nas redes sociais. Em alguns grupos de whatsapp, o caso já teria acabado em “pizza”.