Faltando duas semanas para o final de 2008, o Estado de São Paulo chega ao recorde histórico de transplantes de órgãos (sem contabilizar córneas, que são tecidos) de sua história em um único ano. Até 15 de dezembro foram contabilizadas pela Secretaria da Saúde 1.386 cirurgias, número que já supera em 23% o total do ano passado, entre janeiro e 31 de dezembro.
O melhor resultado havia sido registrado em 2004, com 1.332 transplantes, seguido por 2006, com 1.165. Em 2008, até 15 de dezembro, houve no Estado 451 doadores viáveis (que tiveram pelo menos um órgão aproveitado para transplante), contra 376 em todo o ano passado, 376 em 2006, 366 em 2005 e 431 em 2004.
Também neste ano houve recorde de número de potenciais doadores (pacientes em quadro de morte encefálica) notificados pelos hospitais, que chegou a 2.208 até 15 de dezembro, contra 1.965 no ano passado inteiro, 1.719 em 2006, 1.533 em 2005 e 1.692 em 2004. A diferença entre o total de potenciais doadores e os doadores viáveis acontece em razão da recusa de familiares em autorizar a doação, parada cardíaca do paciente durante o processo de doação (o que inviabiliza a retirada de órgãos para transplante) e resultados de sorologia positiva para HIV e outras doenças infecciosas.
Desde 2006 a Secretaria vem realizando trabalho específico para ampliar o número de notificações de potenciais doadores, aumentando, conseqüentemente a oferta de órgãos para transplante. Cerca de 450 profissionais de saúde, principalmente médicos, que trabalham nas emergências e UTIs dos grandes hospitais, já foram capacitados.
O treinamento, prático e teórico, inclui a identificação de potenciais doadores, diagnóstico de morte encefálica, manutenção de doadores, contra-indicações clínicas à doação de órgãos e tecidos, legislação, ética e dinâmica do processo doação-transplante. Os médicos também são treinados para a realização da chamada “entrevista familiar”, considerada fundamental para a viabilização do transplante, uma vez que somente os familiares de um paciente com morte cerebral podem autorizar ou não a retirada dos órgãos para a doação.
“Esse resultado é inédito e expressivo, pois revela que estamos no caminho certo ao focar o trabalho junto à comunidade médica para incentivar as notificações dos pacientes com morte encefálica pelos hospitais. Em média, metade dos familiares autoriza a doação de órgãos. Se ampliarmos o número de potenciais doadores notificados, certamente teremos cada vez mais vidas salvas por transplantes em São Paulo”, afirma o coordenador da Central de Transplantes da Secretaria, Luiz Augusto Pereira.
Neste ano, até 15 de dezembro, foram realizados no Estado 72 transplantes de coração, 117 de pâncreas, 752 de rim, 400 de fígado e 45 de pulmão.
Transplantes de órgãos por ano (Estado de S. Paulo)
2008 (até 15 de dezembro) 1.386
2007 – 1.127
2006 – 1.165
2005 – 1.077
2004 – 1.332
2003 – 1.059
2002 – 915
2001 – 938
2000 – 887
1999 – 719
1998 – 594 (primeira vez que o número de transplantes foi contabilizado durante o ano todo)
((da Secretaria da Saúde)