De forma inesperada, o grande favorito e número 1 do mundo, Novak Djokovic, foi eliminado do US Open de 2020 e abriu o caminho para um campeão inédito de Grand Slam.
Ainda no primeiro set das oitavas de final contra Pablo Carreño Busta, quando Djokovic perdia por 6 a 5 e com 15/40 no placar, o sérvio atingiu, sem querer, uma juíza de linha com uma bolada. Ele pediu desculpas imediatamente, mas foi punido com a desclassificação.
Dentro os já campeões de Slam, Rafael Nadal, Roger Federer, Stan Wawrinka e Del Potro não disputaram o torneio, e Andy Murray e Marin Cilic já caíram. Assim, US Open coroará alguém que nunca foi campeão de de um dos quatro principais torneios do circuito.
Isso não acontece desde que Cilic venceu este mesmo torneio, em 2014. Na ocasião, ele eliminou Federer na semifinal e venceu Kei Nishikori, que também nunca venceu um torneio dessa magnitude, na decisão.
Aos 29 anos, Carreno é o 27º do mundo. Dentre os principais tenistas do mundo que restaram no torneio, o melhor ranqueado é Dominic Thiem, terceiro. Daniil Medvedev é o 5º e Alexander Zverev (único destes que já jogou e venceu sua partida das oitavas) é o 7º.
“De acordo com o livro de regra de Grand Slams, após a ação de intencionalmente ou imprudentemente acertar a bola de forma perigosa ou acertar a bola de forma negligente independentemente das consequências, o juiz do US Open eliminou Novak Djokovic do US Open de 2020”, explicou o torneio.
O atleta ainda perderá todos os pontos conquistados até aqui e não receberá nenhuma premiação em dinheiro.
Segundo o livro de regras dos Grand Slams, cabe ao juiz, junto com os supervisores, decidir punir a infração de Djokovic (conduta inapropriada) com a eliminação pela bolada, sendo ela intencional ou não.
O fato já aconteceu outras vezes no circuito. Denis Shapovalov já foi perdeu uma partida da Copa Davis após dar uma forte bolada em um juiz, aparentemente também sem intenção.
Outro episódio que se enquadra na mesma categoria do caso de Djokovic aconteceu quando David Nalbandian chutou um juiz de linha no torneio de Queens.
Desde que o tênis parou em razão da pandemia do coronavírus, o número 1 do mundo vem sendo o centro das atenções no esporte.
Ainda com os torneios suspensos, ele organizou uma competição amistosa e com público em seu país natal, a Sérvia. O evento causou um surto de coronavírus local, que atingiu até os atletas, inclusive Djokovic, e também sua esposa.
Enquanto tenistas como Nadal e Nick Kyrgios preferiram não disputar o US Open na “bolha”, o sérvio foi aos Estados Unidos, mas não ficou no mesmo hotel que os demais atletas.
Ele alugou uma mansão para ficar isolado e, segundo ele, conseguir suprir suas necessidades mentais para desempenhar em alto nível.
Foi desta mansão que ele deu uma entrevista ao New York Times na qual se desculpou pelo torneio na Sérvia, mas também pediu que o fato não se transformasse em uma caça às bruxas.
Dono de 17 títulos de Grand Slam, ele perde a oportunidade de se aproximar de Nadal e Federer, que tem, respectivamente, 19 e 20 triunfos.
Resta apenas um Slam na temporada, Roland Garros, que costuma acontecer no primeiro semestre do ano, mas foi adiado em razão da pandemia e será disputado entre 21 de setembro e 11 de outubro.
Wimbledon, o mais tradicional dos quatro, foi cancelado, e o Australian Open já aconteceu e foi vencido justamente por Djokovic.