Se você já teve um orgasmo dormindo e acordou sem entender o que tinha acontecido, pode ficar tranquilo. A verdade é que isso é mais normal do que imaginamos. Além disso, existe um distúrbio de sono, conhecido como sexônia, que faz com que as pessoas pratiquem atos sexuais enquanto estão dormindo, o que também pode levar ao auge do prazer.
Ao g1, a psicóloga especializada em terapia sexual Osmeire Tobias, de Sorocaba (SP), explica que o orgasmo, que até ganhou um dia, comemorado neste domingo (31), é o ápice da resposta sexual.
“Temos uma liberação de endorfinas e dopaminas, substâncias que a gente chama do bem, e elas trazem realmente um bem-estar emocional, psicológico e também acabam trazendo um bem-estar físico”, diz.
Orgasmo noturno
De acordo com a especialista, os orgasmos noturnos acontecem mais na fase reprodutiva, quando os hormônios estão em alta, mas também são comuns quando há desejos sexuais pendentes.
“Pessoas que às vezes não têm coragem de ter o exercício da sexualidade podem ficar com desejos reprimidos e, quando a gente dorme, a nossa censura abaixa, então é a hora que a censura libera esse prazer”, explica.
Mas isso, segundo Osmeire, nada mais é do que o corpo agindo de forma natural e instintiva. “Não é possível escolher quando sentir fome, sono ou sede, e com o desejo sexual é a mesma coisa. É o nosso corpo. Desde que esteja normal, ele vai ter involuntariamente os desejos”.
Sexônia
Já a sexônia é considerada um distúrbio do sono, assim como o sonambulismo, e mais comum entre os homens. Segundo a especialista, a pessoa tem comportamentos e atitudes sexuais enquanto está dormindo e não se lembra de nada no dia seguinte.
Ela explica que os atos vão desde masturbação até acordar o parceiro ou alguém que esteja dormindo ao lado com carícias para ter uma relação.
Um jovem que preferiu não ser identificado disse ao g1 que já vivenciou essa situação diversas vezes. “Eu sempre acordava já no ato sexual, em cima da pessoa, sem entender como aquilo tinha começado. Bem confuso”, conta.
Ele relata também que só ficou sabendo que sofria desse distúrbio quando viu uma postagem sobre o assunto nas redes sociais e se identificou. De acordo com Osmeire, ainda não há muitos estudos sobre a sexônia, portanto, são poucas as informações conhecidas.
Mas a especialista alerta que isso pode ser um problema para pessoas que dividem a cama com amigos ou conhecidos que não tenham uma intimidade sexual, e que pode levar a um possível abuso.
Têm tratamento?
Como o orgasmo noturno faz parte da natureza humana, não há necessidade de tratamento, segundo Osmeire. Mas, quando a sexônia é reconhecida, geralmente com ajuda de algum parceiro, é de extrema importância a procura de um profissional.
“Uma vez identificado, o ideal primeiramente é buscar por especialistas em sono, como para qualquer outro distúrbio. Uma vez feita essa análise, talvez esse profissional vá encaminhar a pessoa para um psiquiatra e, principalmente, para terapia”, alerta a especialista.