sábado, 16 de novembro de 2024
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Diretora da Anac nega que norma evitaria acidente com vôo da TAM

A diretora da Anac, Denise Abreu, afirmou nesta quinta-feira à CPI do Apagão Aéreo da Câmara que “não tem sentido” questionar a validade do documento entregue à juíza Cecília Marcondes,…

A diretora da Anac, Denise Abreu, afirmou nesta quinta-feira à CPI do Apagão Aéreo da Câmara que “não tem sentido” questionar a validade do documento entregue à juíza Cecília Marcondes, do TRF da 3ª Região. Segundo ela, o documento autorizava o pouso de aviões com um reverso travado no aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo) e, portanto, não teria evitado o acidente com o vôo 3054 da TAM que matou cerca de 200 pessoas.

“Se a desembargadora tivesse utilizado esse documento como base de seu parecer, como ela alega, ainda assim, o pouso da aeronave teria sido autorizado.”

Marcondes acusa Denise de ter entregue a ela um documento com uma norma de segurança quanto aos pousos em Congonhas que, na realidade, era inválida. O objetivo seria garantir a liberação da pista principal do terminal para o tráfego –na ocasião, ela estava interditada por ordem da Justiça justamente por suspeita de representar risco à segurança.

Na CPI, Denise ressaltou que a decisão de Marcondes de liberar a pista de Congonhas foi baseada em uma avaliação do peso das aeronaves, e não dos equipamentos delas –logo, a exigência de que ambos reversos estivessem em funcionamento não estava em questão. Ela disse ainda que, na ocasião, a pista estava fechada para aviões modelos Boeing-737/700, Boeing-737/800 e Fokker-100, e não Airbus-A320, como era o da TAM.

No último dia 17 de julho, o avião da TAM pousou na pista principal de Congonhas sob chuva. Sem conseguir frear, ele cruzou a pista e a avenida Washington Luís e bateu contra o galpão da TAM Express, causando um incêndio de grandes proporções.

Denise negou que a apresentação da norma supostamente inválida à Justiça signifique que a diretoria ou o corpo técnico da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) tivessem intenção de ludibriar o Judiciário. Ela disse que se sente perseguida e que há uma campanha contra ela.

Ela disse mais uma vez que se sentiu “discriminada” no episódio em que foi flagrada fumando charuto em uma festa pouco após o acidente com o vôo 1907 da Gol e o motim realizado pelos controladores de tráfego aéreo. “Seria pior se não fosse uma injustiça.”

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