Corinthians e Odebrecht buscam acerto sobre o total da dívida da arena em Itaquera, na zona leste de São Paulo. Por conta dos juros e encargos, o clube ainda deve cerca de R$ 1 bilhão de um estádio que teve custo inicial de R$ 985 milhões.
De acordo como o diretor de marketing do Corinthians, Caio Campos, o acordo está próximo de ser sacramentado. “Está praticamente certo. Quem está tocando a negociação com a Odebrecht é o Andrés (Sanchez, presidente do clube). Ele está conversando diretamente com a construtora e está próximo de um acordo da arena como um todo”, disse Caio em entrevista ao Estado.
Inicialmente, o clube conseguiu financiar R$ 400 milhões via BNDES e outros R$ 420 milhões por meio dos CIDs (Certificado de Incentivo ao Desenvolvimento da Prefeitura). O problema é que o dinheiro demorou para ser liberado e o juros sobre a dívida da arena aumentou muito nesse período.
O Corinthians sabe que há uma diferença entre o valor combinado inicialmente e o que falta pagar. O clube, porém, reclama que algumas obras previstas lá atrás não foram feitas. A Odebrecht informa que o Corinthians modificou o projeto no meio do caminho e que o dinheiro foi investido em outras demandas. “A gente tem nosso ponto de vista e eles tem o deles. O ponto de vista do Corinthians não é igual ao da Odebrecht. Tem de haver consenso e é isso que a gente está buscando juntos”, disse Caio Campos.
A construtora cogita tirar encargos e juros do total da dívida, por exemplo. Outra atitude da Odebrecht foi comprar todo o restante dos CIDs – o saldo a ser utilizado, já considerando a atualização pelo IPCA, é de R$ 382,95 milhões. Com o BNDES, cujo financiamento é feito via Caixa Econômica Federal, o clube conseguiu um acordo para quitar a dívida até 2028, pagando parcelas mensais de R$ 6 milhões, de março a outubro de cada temporada, e R$ 2,5 milhões entre novembro e fevereiro, período em que há menor número de jogos no calendário do futebol brasileiro. O acordo foi costurado por Andrés Sanchez.
Cerca de 75% dos ganhos da bilheteria são destinados para pagar a dívida do estádio. O restante vem da venda de camarotes, do Tour na arena, da academia e do aluguel das lanchonetes. O Corinthians não divulga números financeiros além da bilheteria, mas trabalha para acertar novas parcerias na arena que ajudem a zerar essa dívida.