sábado, 23 de novembro de 2024
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Dirceu Pinto, bicampeão paralímpico, morre aos 39 anos

Dono de quatro medalhas de ouro paralímpicas na bocha, o paulista Dirceu José Pinto faleceu nesta quarta-feira (1º) em Mogi das Cruzes (SP). A morte foi anunciada pela Associação Nacional…

Dono de quatro medalhas de ouro paralímpicas na bocha, o paulista Dirceu José Pinto faleceu nesta quarta-feira (1º) em Mogi das Cruzes (SP). A morte foi anunciada pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande), entidade que cuida da modalidade no país.atleta foi internado na noite de ontem (31) com insuficiência cardíaca, devido ao processo degenerativo de sua distrofia, e não resistiu.

Considerado o maior nome da bocha adaptada no Brasil, Dirceu era nadador até descobrir uma doença degenerativa muscular, uma distrofia na região da cintura (coxa e abdome). O esporte que passou a praticar em 2002 o ajudou na transição para a cadeira de rodas. Na classe BC-4 (atletas cadeirantes, cuja lesão é de origem não cerebral, que não recebem assistência nas partidas), foi duas vezes campeão paralímpico individual e duas vezes de duplas nas Paralimpíadas de 2008 (Pequim, China) e 2012 (Londres, Reino Unido). Nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016, levou a prata nas duplas mistas. Ele também subiu três vezes ao pódio em Mundiais: duas vezes no topo (2010) e uma vez em segundo lugar (2014).

Amigos e atletas lamentaram o falecimento de Dirceu pelas redes sociais. “Não dá para acreditar que você se foi”, publicou Evani Calado, campeã paralímpica de bocha por equipes nos Jogos do Rio. “Sempre lembrarei de você com essa alegria que contagiava a todos ao seu redor, com essa garra que inspirou e inspira o mundo afora” escreveu Natali Faria, também da seleção brasileira da modalidade. “O CPB envia seu mais profundo sentimento à família e amigos enlutados e compartilha da dor e da tristeza com os mesmos”, declarou o Comitê Paralímpico Brasileiro em nota oficial publicada no site da entidade.

Adversários e admiradores do exterior também se manifestaram, como Marco Dispaltro, da seleção canadense de bocha. “Quando comecei a jogar, pedi a meu técnico para mostrar vídeos do melhor jogador do mundo. O jogador era Dirceu. Estudei seus movimentos, sua atitude, estratégia… Ele foi meu primeiro professor. Foi um guerreiro dentro e fora de quadra, nunca desistiu. Para mim, será sempre o G.O.A.T. (sigla em inglês que significa Greatest of All Time, ou “melhor de todos os tempos)”.

“Um cavalheiro dentro e fora da quadra. Disputamos algumas finais juntos e ele foi o único que nunca consegui vencer, tamanha eram suas qualidade e determinação”, escreveu Steph McGuire, maior nome da bocha adaptada no Reino Unido.

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