O programa Mulher, Viver Sem Violência vai construir, em cada estado do país, a Casa da Mulher Brasileira, que vai integrar, em um único espaço, todos os serviços de apoio às mulheres em situação de violência, e vai oferecer todas as informações de cursos de qualificação profissional e de acesso ao microcrédito para quem quiser abrir um pequeno negócio. Segundo a presidenta Dilma Rousseff, a Casa da Mulher Brasileira vai ser um ponto de referência para as mulheres.
TRANSCRIÇÃO
Apresentador: Olá, bom dia! Eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano! E bom dia para você que nos acompanha aqui no Café!
Apresentador: Presidenta, na semana passada, a senhora fez um anúncio muito importante para as mulheres. Que novidade é essa, presidenta?
Presidenta: Sabe, Luciano, eu lancei o programa Mulher, Viver sem Violência, que vai ser um marco para assegurar a defesa, mas, também, a autonomia das mulheres. O programa vai integrar, em um único espaço, em um único lugar, todos os serviços de apoio às mulheres em situação de violência. É a chamada Casa da Mulher Brasileira. Nós vamos construir essa casa, Luciano, em todos os estados do país, nos 26 estados e aqui no Distrito Federal. A Casa vai ser um lugar de acolhimento, de apoio, um ponto de referência onde as pessoas sabem que podem ir para serem atendidas, protegidas e também é um início para quem, muitas vezes, precisa de recomeçar a vida. Vai ser uma casa, portanto, de abrigo e de proteção, mas também uma casa de luta. Vai combinar a luta contra a violência e todo o incentivo e a proteção para a mulher ter mais autonomia.
Apresentador: Presidenta, como vai ser a ajuda às mulheres vítimas de violência?
Presidenta: Olha, Luciano, o Brasil já tem, há sete anos, uma lei fantástica, a Lei Maria da Penha, que é um instrumento poderoso para punir com rigor os homens que agridem as mulheres. Agora, nós vamos apoiar com mais firmeza ainda as mulheres que quiserem fazer a denúncia contra o agressor. Nós vamos instalar, lá na Casa da Mulher Brasileira, todos os serviços de apoio à mulher que sofreu a violência para que ela possa denunciar seu agressor. Cada Casa da Mulher vai ter uma delegacia especializada no atendimento à mulher. Vai ter defensoria pública para assegurar a defesa da mulher, que ela possa reivindicar seus direitos. Vai ter um juizado especial de violência doméstica. Vão ter equipes de psicólogos e de assistentes sociais. Além disso, Luciano, vai ter lá na Casa da Mulher um alojamento provisório para aquelas que tiverem que sair de casa e, também, uma brinquedoteca para as crianças ficarem enquanto a mãe está sendo atendida. Tudo isso em um só lugar para que elas não precisem ficar andando de um lugar para o outro em busca de ajuda, para que elas saibam aonde ir, para que elas tenham uma referência. Entre a delegacia, Luciano, e a defensoria pública, por exemplo, muitas mulheres acabam desistindo de levar a denúncia adiante, porque têm medo, vergonha ou porque ficam cansadas com a burocracia.
Apresentador: Presidenta, há casos em que a vítima de violência precisa até de cuidados médicos.
Presidenta: É verdade, Luciano. E é por isso que nós vamos humanizar o atendimento das mulheres vítimas de violência. Por exemplo, se uma mulher chegar a uma das Casas da Mulher Brasileira precisando de cuidados médicos, ela será levada por uma equipe da própria casa para um hospital. Aí, ela vai ter o atendimento humanizado e respeitoso, porque nós queremos acabar com aquela história da mulher que acabou de sofrer violência ter ainda que enfrentar olhares desconfiados dentro dos hospitais, o que só aumenta o trauma de quem já sofreu humilhações. Acrescenta uma humilhação à outra. Uma coisa importante é que a coleta de provas da agressão também poderá ser feita por um médico nos 85 hospitais de referência do país e não apenas só nos Institutos Médico- Legais, os IMLs. Isso eu tenho certeza, viu, Luciano, vai fazer uma grande diferença para as mulheres.
Apresentador: Presidenta, é verdade que as mulheres estão denunciando mais a violência?
Presidenta: Estão sim, Luciano. As denúncias aumentaram muito. Você sabe, Luciano, que nós temos a Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180. O Ligue 180 recebe as denúncias de agressões e de maus-tratos e, também, orienta as mulheres sobre os seus direitos. Só no ano passado, foram 730 mil ligações. Sabe você o que isso significa? Que as mulheres que sofrem violência têm cada vez mais coragem de denunciar. E por que as mulheres estão fazendo isso? Porque elas já sabem que não estão sozinhas, que o meu governo, o governo de uma mulher na Presidência da República está olhando por ela, oferecendo a ela e trabalhando com ela para garantir o seu direito.
Apresentador: Presidenta, conta para a gente como é que o programa Mulher, Viver Sem Violência vai ajudar na autonomia das mulheres.
Presidenta: Olha, Luciano, eu vou te dar um exemplo. Nas Casas da Mulher Brasileira, nós vamos oferecer orientação sobre cursos de qualificação profissional para quem quiser aprender uma profissão. Vamos dar também todas as informações sobre acesso facilitado ao microcrédito para aquelas que querem abrir um pequeno negócio. Nós já avançamos muito no apoio às mulheres e hoje elas são as personagens principais dos nossos programas sociais. Para você ter uma ideia, 93% dos cartões do Bolsa Família estão em nome das mulheres. São elas que decidem como esse dinheiro vai ser gasto e isso acaba dando a elas muito mais força.
Apresentador: Isso fortalece muito a mulher, não é, presidenta? Agora, infelizmente, o nosso programa chegou ao fim.
Presidenta: Olha, Luciano, eu queria dar um recado para as mulheres do nosso país e para os homens também. Saibam que o meu governo está trabalhando para apoiar e proteger as mulheres da violência. Por isso, eu quero pedir às mulheres que não deixem de denunciar qualquer ameaça, qualquer gesto de violência, porque gesto de violência contra a mulher é gesto de violência contra a sociedade. Quero pedir aos homens que eles respeitem suas mulheres, que construam a vida juntos, que vivam em paz e sem violência. Se você sabe de um caso de violência doméstica no seu bairro, ligue para o 180. Você não precisa se identificar e esse telefonema pode salvar a vida de uma mulher e vai transformar para melhor a nossa sociedade.
Apresentador: Obrigado, presidenta. Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até lá!