Malaquias 4:”2. Mas, para vocês que me temem, a minha salvação brilhará como o sol, trazendo vida nos seus raios. Vocês saltarão de alegria, como bezerros que saem saltando do curral.”
O dicionário define esperança como “o ato de esperar o que se deseja, expectativa, espera”. A esperança é a fé que olha para frente e, como diz a Bíblia, ela é a “âncora da alma” (Hb 6.19). O apóstolo Paulo nos diz que a esperança não nos decepciona (Rm 5.5), pois ela é fundamentada no amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo e tem como mediador Jesus Cristo, nosso Senhor. A esperança cristã, portanto, é muito mais do que uma simples expectativa, ela é uma certeza baseada nas promessas e no caráter de Deus.
A esperança, no entanto, precisa ser uma virtude acompanhada. Ela nunca pode ser uma espera indolente, apática, mórbida, lânguida ou preguiçosa. Ela também não pode ser egoísta, individualista ou autocentrada. Esperança que se preze anda junto com a verdade, com a conduta reta, com o caráter ilibado e com boas escolhas. Além disso, diz a escritura sagrada, ela é irmã gêmea da fé e do amor: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor” (1Co 13.13). A esperança sempre aponta para frente, mas sempre se fortalece com gestos e atitudes do presente.
A esperança bíblica é sempre centrada em Deus, por isso ela nunca falha, mente ou engana. Por outro lado, há uma esperança que tem dimensões, diríamos, mais voltadas para o nosso mundo e para a terra que vivemos; e, nesse sentido, ela é, sim, uma expectativa, um desejo, um sonho, ou algo que almejamos ardentemente. Não se trata de utopia, mas de uma espera consciente, real, possível e verdadeira. A esperança referida seria então a esperança de dias melhores. E aqui a ênfase é no desejo pela paz e pela Justiça.
A esperança de dias melhores não pode ser enfraquecida jamais. Se algum dia ela for embora, fizer as malas ou mudar de endereço, então será o fim. Uma vida sem esperança é uma vida falida, sem sentido, sem graça, dominada pelas forças do mal, enclausurada no medo e no pavor, entregue a um destino cego, cruel e desumano. A esperança de dias melhores precisa ser a mola propulsora de nossos sonhos, o instrumento eficaz de nossas decisões e a arma de nossa guerra contra o pessimismo e contra o caos social. Ela precisa ser o “pão” que nos alimenta a cada manhã e nos dá força para poder continuar.
A esperança de dias melhores, à semelhança da esperança cristã, também precisa ser uma virtude acompanhada. Se há esperança, deve existir empenho, dedicação, suor e trabalho. Se há esperança não pode haver alienação ou indiferença. Lembrando a canção conhecida, reafirmamos: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Veja bem, não há aqui nenhum incentivo à revolta, à baderna ou coisa parecida, mas a uma atitude corajosa, participativa, de não conformidade e de um posicionamento firme contra o erro, contra a corrupção e contra as inverdades proferidas. Se há esperança nesse sentido é preciso que haja mobilização.
Todos nós que esperamos dias melhores precisamos nos mobilizar a partir de nós mesmos e do ambiente que vivemos. Podemos nos mobilizar também mostrando a nossa indignação, expressando a nossa opinião e levando a sério o nosso voto nas próximas eleições. Além disso, precisamos nos vigiar a nós mesmos para que nenhum de nós se deixe vender por favores escusos. Que o combate à corrupção comece sobre aquilo que julgamos aparentemente inofensivo, mas que não é. Que a nossa palavra seja verdadeira, que os nossos gestos sejam honestos e que o nosso caráter seja forjado na ética da transparência.
Trazendo mais para perto de nós a esperança de dias melhores, é importante dizer também que ela precisa “invadir” os nossos lares, os nossos relacionamentos conjugais e até mesmo a nossa própria maneira de viver e de nos comportarmos. Nesse sentido, nunca podemos ficar totalmente satisfeitos com o que já alcançamos. Precisamos melhorar, progredir e crescer na esperança. Sem abrir mão dos valores alcançados, precisamos de coragem, empenho e dedicação. Precisamos fazer o que é certo e trazer cada dia a nossa memória, como disse o profeta, “o que nos pode dar esperança” (Lm 3.21).
Reflita: 1 Coríntios 13:13. Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor.”
Deus abençoe