Sete em cada dez pacientes diabéticos desconhecem a retinopatia diabética, doença que mais causa cegueira nas pessoas que tem diabetes. É o que revela pesquisa divulgada hoje (29) pela Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo (SBRV). Segundo a pesquisa, 60% dos pacientes do tipo 2 não sabem que o diabetes pode causar perda da visão e 62% não fazem acompanhamento com um especialista em retina.
“O desconhecimento da possível cegueira entre os [diabéticos do] tipo 2 seria uma surpresa. Enquanto acima de 90% dos [pacientes do] tipo 1 têm essa consciência, o estudo traz um alerta preocupante e a necessidade de maior informação. Todos precisam ficar bem atentos e podem se beneficiar pela eficácia dos tratamentos atuais, apontados por 90% das pessoas como responsáveis pela melhora da visão”, disse o presidente da SBRV, André Gomes.
Quanto ao tratamento, 89% do total de entrevistados disseram não ter conhecimento das terapias atualmente disponíveis para tratar a doença, mas 87% dos que fazem tratamento revelaram ter tido melhora significativa da visão, depois de começaram a ser acompanhados por um oftalmologista especialista em retina.
A pesquisa foi feita com 932 pacientes diabéticos, sendo 37% homens e 63% mulheres, entre 20 e 65 anos. A maioria dos pesquisados é portadora de diabetes tipo 2 (66% dos casos).
“Seis em cada dez diabéticos tipo 2 desenvolverão a retinopatia diabética ao longo da vida”, afirmou Jorge Rocha, diretor da SBRV. Rocha recomenda que pessoas com diabetes e maiores de 60 anos busquem acompanhamento periódico de um especialista em retina “para diagnosticar e tratar a doença, diminuindo o real risco de cegueira”.
Retinopatia diabética
Segundo a Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, a retinopatia diabética é causada pelo acúmulo de açúcar nos vasos sanguíneos que irrigam a retina e é a principal causa de cegueira na população adulta entre 19 e 60 anos. De acordo com a instituição, 90% dos pacientes com diabetes tipo 1 e 60%, com o tipo 2, devem desenvolver a retinopatia diabética ao longo da vida.
A SBRV recomenda que eles visitem regularmente um oftalmologista, porque os sintomas da doença podem demorar anos para aparecer. A identificação da doença no estágio inicial é fundamental para preservar a visão. Os sintomas, em geral, são visão embaçada, visão dupla, dificuldade para ler, perda de visão periférica, sensação de pressão nos olhos, perda repentina da visão e “moscas” ou flashes flutuantes.
De acordo com a SBRV, a ocorrência de manchas na visão pode indicar um estágio mais avançado da doença, e o paciente deve procurar imediatamente um especialista em retina. Mais informações sobre a doença podem ser obtidas por meio do site http://vejaparasempre.com.br/.