Já é lei, mas alguns Detrans pelo Brasil pediram um prazo maior para cumprir a determinação de usar simuladores de direção nas autoescolas.
Os equipamentos já deveriam estar em operação, mas muitas autoescolas dizem que não receberam o equipamento.
São quatro fabricantes autorizados no Brasil. E eles alegam que as autoescolas deixaram para fazer o pedido em cima da hora.
O resultado é que muitos estados, incluindo São Paulo, estão pedindo para o Contran, o Conselho Nacional de Trânsito, adiar a obrigatoriedade das aulas no simulador.
Em Sergipe não tem nenhum simulador. As autoescolas reclamam do valor do equipamento, R$ 40 mil, e querem mais tempo.
“A categoria decidiu e vai pedir um prazo de no mínimo 1 ano para implantar”, diz Carlos Jung, advogado dos donos de autoescolas de Sergipe.
O equipamento também não chegou ao Ceará. O Detran diz que os fabricantes só poderão entregar os primeiros simuladores daqui a três meses.
Em Vila Velha, na Região Metropolitana de Vitória, os candidatos correram para tirar a carteira antes da chegada dos simuladores. É que o preço da habilitação pode aumentar R$ 300 com as aulas no equipamento. O Detran ficou lotado.
“Três livros eu trouxe e a cadeira para sentar. Vim preparado sendo que isso é um absurdo”, diz um dos que aguardavam.
A instrutora Andréa de Freitas, da Grande São Paulo, diz que o simulador foi encomendado em junho e a entrega está prevista para este mês. “Estamos bastante ansiosos porque a gente já tem aluno aguardando por isso”, diz.
Alguns fabricantes de simuladores dizem que as autoescolas deixaram para fazer os pedidos na última hora e quase ao mesmo tempo – o que está dificultando a entrega dos equipamentos, porque é muita procura em um período muito curto.
“A procura é complicado porque na realidade, as autoescolas, os CFCs, sempre apostaram que a legislação ia ser prorrogada mais uma vez”, afirma Paulo Szundy, fabricante do simulador.
Na quinta-feira (9), o governo paulista se reuniu com fabricantes e autoescolas e também pediu que o prazo para implantação do simulador seja prorrogado.
“Nós encaminhamos um ofício pedindo a prorrogação de mais 90 dias para que a gente viabilize”, diz o secretário de Planejamento, Júlio Semeghini.
“No estado de São Paulo nós temos hoje em torno de 45 a 50% dos simuladores que foram pedidos já entregues. Até o final do mês, os demais simuladores já estejam instalados nos CFCs e possam estar atendendo os candidatos que já necessitem das aulas”, afirma o presidente do Sindicato das Autoescolas do estado de São Paulo, José Guedes Pereira.
Os alunos vão ter que cumprir cinco horas de prática de direção no simulador. Segundo a primeira resolução do Contran, as autoescolas deveriam estar preparadas para dar aulas com o simulador em junho do ano passado. Esse prazo já tinha sido prorrogado uma vez. E agora as autoescolas querem mais um adiamento.