domingo, 24 de novembro de 2024
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Detran.SP mostra que interesse dos jovens em ter CNH cai 13,2 %

O sonho dos jovens em tirar sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) assim que completam 18 anos vem sendo adiado ou mesmo deixado de lado nos últimos anos por uma…

O sonho dos jovens em tirar sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) assim que completam 18 anos vem sendo adiado ou mesmo deixado de lado nos últimos anos por uma parcela significativa de pessoas com idades entre 18 e 30 anos. Um levantamento feito pelo Detran.SP revela que houve uma redução de 64.036 mil pessoas habilitadas nessa faixa etária em junho de 2015 para 56.561 no mesmo período deste ano em São José do Rio Preto, uma queda de 13,2% maior do que a registrada em São Paulo que foi de 10,5%.

No Estado de São Paulo houve uma queda de 4.872 milhões de pessoas habilitadas nessa faixa etária em 2015 para 4.356 milhões no mesmo período deste ano no Estado de São Paulo, uma diminuição de 10,5%.

“Fatores culturais e econômicos influenciam o perfil dos motoristas com o passar dos anos. Hoje temos uma geração que se preocupa mais com a questão ambiental e a facilidade oferecida pelos aplicativos de transporte. Os jovens hoje têm outras expectativas. Essa discussão sobre mudanças dos modais é mundial”, ressalta Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.

André Correia, coordenador nacional de fiscalização de trânsito da Iniciativa Bloomberg, acredita que nos municípios grandes e médios do interior paulista os fatores que influenciam o menor interesse dos jovens em dirigir são semelhantes aos das capitais. “Mas cada uma dessas cidades possui características econômicas e sociais próprias, que em alguns casos pode aumentar esses percentuais”, afirma Correia.

De acordo com especialistas, fatores culturais, econômicos e sociais explicariam esse declínio do interesse dos jovens por possuírem sua habilitação e a optarem muitas vezes pelo uso de aplicativos, do transporte coletivo, ou mesmo de outros veículos, como a bicicleta.

José Montal, diretor da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho (Abramet), afirma que alterações culturais e comportamentais tiraram do automóvel o apelo que o tornou objeto do desejo de várias gerações de jovens que chegavam na idade em que podiam se habilitar como motorista. Segundo ele, o conceito que os jovens tem hoje do transporte leva mais em conta a questão da mobilidade, muitas vezes privilegiando outros modais mais saudáveis, como a bicicleta e mesmo o pedestrianismo

Para Márcia Menezes, diretora-executiva da Federação Nacional das Cooperativas de Trabalho dos Médicos e Psicólogos Peritos de Trânsito (Fenactran), vários fatores explicam o interesse decrescente dos jovens em se habilitar, entre eles se destaca o preço do carro e os custos para sua manutenção. “Muitos optam por aplicativos de uso temporário. Mudou também a representação social sobre veículos, vistos como essenciais pelos mais velhos, acostumados a enxergar no carro um símbolo de independência, conquistas e poder”, explica Márcia.

A professora Carolina Cheres, de 27 anos, mora na Grande São Paulo e não é habilitada. Ela prefere se locomover por aplicativos, taxi, ônibus e metrô. “Não me preocupo com IPVA, gasolina, multas, pedágios, problemas mecânicos, estacionamento ou brigas de trânsito. Sem falar que ainda contribuo com a redução de gases poluentes”, esclarece ela.

Milton Souza, universitário de 21 anos, afirma não ter interesse no momento em tirar CNH ou necessidade de aprender a dirigir. “Com a pandemia saio muito pouco de casa, então não ter uma CNH interfere quase nada na minha rotina. Quando preciso ir a algum lugar peço para meu pai me levar ou utilizo um aplicativo”, afirma

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