sexta, 1 de novembro de 2024
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Detentos ganham as ruas da região com beneficio da saída temporária

Liberados pelo Estado com autorização da Justiça para saídas temporárias ao longo dos três últimos anos, 782 presos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) e do Centro de Ressocialização Feminina…

Liberados pelo Estado com autorização da Justiça para saídas temporárias ao longo dos três últimos anos, 782 presos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) e do Centro de Ressocialização Feminina (CRF) de Rio Preto desertaram e passaram a ser considerados foragidos.

Um deles matou uma pessoa.

A soma dos desertores é maior do que a capacidade total do Centro de Detenção Provisória (CDP) que hoje pode acolher 768 homens.

Só na última saída temporária foram liberados 1393 presos do Centro de Progressão Penitenciária e do Centro de Ressocialização Feminino. Destes, 56 não retornaram na data marcada, dia 15, às 17 horas. Em todo o Estado de São Paulo, 927 presos, dos 17.934 liberados, não voltaram na data determinada. O número de presos que não voltam para as unidades prisionais só cresce a cada ano. Em 2010, em média, saíram 745 presos e 36 voltaram por saída temporária. No ano seguinte a média foi de 984 presos, e de 51 os que não retornaram. Neste ano, 1338 foram liberados. Em média, 67 não voltaram.

Para recapturar esses presos as polícias Militar e Civil atuam da maneira como podem. De acordo com o capitão da PM Fábio Rogério Cândido, no período em que os presos são liberados o efetivo é reforçado e operações são realizadas para evitar o aumento na criminalidade, uma vez que muitos dos presos aproveitam o momento de liberdade para cometer outros crimes.

Só neste ano, de acordo com levantamento feito pelo Diário, pelo menos 11 crimes foram cometidos por presos durante a saída temporária. “Uma boa parte aproveita o tempo livre para cometer outros crimes, outros vão para as cidades onde moram e não voltam mais. Para evitar esse tipo de fuga visitamos os endereços passados por eles no dia em que são liberados e quando eles não são encontrados o Poder Judiciário é acionado”, explica o PM.

Cândido afirma que o alto número de presos soltos de uma única vez dificulta ainda mais o trabalho da polícia. “Acredito que seria necessário fazer uma análise mais pormenorizada de cada um dos presos com direito a saída temporária. A partir dessa análise o juiz deveria decidir se ele pode ou não ser colocado em contato com a sociedade”, afirma.

O delegado titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto, Fernando Nunes Tedde, responsável por fiscalizar se os presos estão cumprindo a medida, disse que a Polícia Civil visita os endereços passados na ficha de cada um dos detentos que foram contemplados com a saída temporária e em caso de não retorno o juiz da Vara de Execuções Penais é comunicado. “A partir dessa comunicação é expedido um mandado de prisão que deve ser cumprido”, afirma.

Sobre o número de presos liberados por saída temporária o delegado disse que não pode comentar, uma vez que se trata de uma decisão judicial. “Eu não posso achar nada, isso é uma decisão do juiz. Ele faz amparado na lei e esta deve ser cumprida”, diz Tedde. O Diário não conseguiu contato com o juiz.

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