A necessidade faz o homem, já disseram. Eis uma prova. Os detentos da Casa de Prisão Provisória de Palmas, no Tocantins, queriam tomar um goró e não tinham como.
Daí, fizeram um mini-alambique de cachaça artesanal em uma das celas. Entre os equipamentos usados estão baldes de tinta, fios elétricos, tubos de antena e garrafas pet. Para fermentar e, assim, fazer álcool, eles usavam pães e frutas que sobraram da refeição do dia anterior.
Um dos agentes penitenciários, Dalberto Silva, tentou explicar o complexo processo ao G1: “Eles colocavam fios e amarram pregos e pedaços de ferros na ponta. Depois jogam dentro do balde com o material em decomposição. Com isso, o liquido começava a ferver e começava o processo de purificação. Conforme ia fervendo, eles tinham um sistema em que ligam mangueiras e canos de antenas de televisão para tirar a cachaça. O que sai de dentro, o vapor, é álcool puro.” No mercado interno, a garrafa com dois litros da bebida chegava a custar 400 reais.
O mini-alambique só foi descoberto porque, de uma hora para outra, os presos de Palmas começaram a aparecer bêbados nas dependências do presídio, levantando suspeitas. Até as festas dos presos ficaram mais animadas, como mostram algumas imagens gravadas em celulares apreendidos.
Sem a cachaçaria artesanal, os presos agora terão que se contentar com maconha e cocaína, também apreendidas em boas quantidades na ação. Essas drogas são mais fáceis de se esconder do que uma garrafa de cachaça.