A briga pelas comissões na Câmara dos Deputados continua nesta quinta-feira. A definição sobre quais partidos irão presidir cada comissão foi adiada novamente. O impasse é o grande número de partidos que compõem o maior bloco da casa formado por oito legendas, entre elas PT e PMDB. Juntos, esses partidos têm direito a 11 presidências, incluindo as cinco principais comissões da casa. Na disputa, a mais visada é a CCJ – Comissão de Constituição e Justiça. Por ela passam todos os projetos da casa. Os que não são aprovados lá, nem seguem para votação em plenário. O cientista político da Universidade de Brasília, David Fleischer, explica que na hora da escolha dos presidentes, os partidos levam em conta a experiência e a popularidade do parlamentar.
É a experiência do deputado. Vamos supor: assuntos trabalhistas. Seria um deputado da bancada contemplada que tem mais experiência em questões trabalhistas, que tem boas relações com as centrais sindicais, que também tem boas relações com as confederações do setor privado. E, usualmente um deputado experiente que tenha um bom convívio dentro da bancada e tenha a experiência de convívio com outras bancadas. Então, raramente um deputado novato é contemplado para uma presidência de comissão na Câmara.
Individualmente os partidos também já começaram as articulações para pastas consideradas estratégicas. A bancada do Partido dos Trabalhadores, por exemplo, está de olho nas comissões de Finanças e Tributação, Desenvolvimento Urbano e Ciência e Tecnologia, esta última também disputada pelo PSDB. O partido pretende ainda nomear o presidente da comissão de Minas e Energia, cobiçada também pelo PP. Das 20 comissões, o bloco PSDB-PFL-PPS terá direito a seis presidências. Já o bloco dos partidos nanicos terá apenas três comissões.
