

Diferente de países como EUA, Canadá e boa parte da Europa, onde o papel higiênico é descartado direto no vaso sanitário, no Brasil a prática comum é jogá-lo no lixo. Isso acontece por dois motivos principais: a má qualidade do papel e a infraestrutura deficiente de esgoto.

Segundo Lucas Fuess, professor da USP, os papéis higiênicos vendidos no Brasil têm baixa capacidade de desintegração na água, o que aumenta o risco de entupimentos. Um estudo feito pelo engenheiro Rafael Brochado, da UFMG, mostrou que papéis estrangeiros se desfazem até 60% sob turbulência, enquanto os nacionais quase não se desintegram.
Papéis mais confortáveis, como os de folha dupla ou tripla, contêm resinas que dificultam ainda mais o processo. “Isso é bom para o usuário, mas ruim para os canos”, explica Daniel Signori, da marca Mili.
O sistema de esgoto brasileiro também não ajuda. De acordo com Bruno Silva, da Roca, muitas tubulações são antigas, estreitas (100 mm) e mal projetadas, dificultando o escoamento do papel. Mesmo que o papel passe pela rede doméstica, pode entupir as estações de tratamento.
