O secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse nesta sexta-feira (10/5) que as novas câmeras corporais da Polícia Militar (PM), cujo processo de compra deve iniciar ainda neste mês, deverão contar com tecnologia de reconhecimento facial, capaz de identificar quem são as pessoas captadas nas imagens.
O anúncio foi feito por Derrite após a cerimônia de posse de 4.017 policiais civis contratadas pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), no ginásio do Ibirapuera, zona sul da capital. O governador estava no evento, mas não falou com a imprensa.
Derrite foi questionado por jornalistas sobre o andamento da contratação das novas câmeras corporais, uma vez que o edital de licitação está prometido para sair ainda neste mês, e detalhou qual é o plano da sua gestão.
“Junto com o decreto que será assinado pelo governador, o programa Muralha Paulista, que é nosso novo arcabouço tecnológico, que visa combater a mobilidade criminal, com uma série de incrementos de inteligência artificial, com ferramentas que são utilizadas por países mais desenvolvidos no combate à insegurança eletrônica do mundo, vamos ter as câmeras corporais acopladas ao Muralha Paulista podendo inclusive fazer reconhecimento facial”, disse Derrite.
O secretário citou como exemplo da importância do reconhecimento facial a morte do soldado da PM Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro, durante a Operação Verão em Santos, no litoral sul. A câmera corporal de Cosmo filmou seu assassino, um homem escondido em um beco. “Mesmo ofertando os disparos contra o policial, a câmera não foi capaz de fazer o reconhecimento”, disse Derrite.
O secretário afirmou ainda que as câmeras poderão ter rádio comunicador acoplado, o que facilitaria, segundo ele, o contato dos soldados com o Centro de Operações Policiares (Copom).
Mea culpa sobre as câmeras
Antes de apresentar seus planos para as câmeras, Derrite fez uma mea culpa sobre críticas passadas que já fez aos equipamentos — até 2022, quando exercia a função de deputado federal pelo PL, o secretário era contrário aos equipamentos.
“É uma política pública que foi muito questionada e gerou polêmica. Eu mesmo, na época da campanha eleitoral, questionei a utilização das câmeras e sua eficácia, e pude acompanhar que ela pode ser utilizada para outras funcionalidades e que ela pode ser muito boa para a população”, disse.
O secretário afirmou, ainda, que espera que as novas especificações das câmeras tragam competitividade à licitação e que, assim, o processo possa representar redução de custos para a operação dos equipamentos.