De acordo com o deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), presidente da Frente Parlamentar Brasil-China e Brics no Congresso, Lula deverá adotar um tom conciliador, a exemplo da viagem feita a Washington, no mês passado. “Lula tem sinalizado para nossos principais parceiros comerciais, os Estados Unidos e também para a China. Entendo que ele está tentando adotar um tom conciliador. Por mais que na questão geopolítica acabou declarando um apoio com a Ucrânia, ele sempre tenta chamar uma sinalização de paz em relação à Rússia”, afirma.
Em relação às expectativas de acordos comerciais, Pinato as classifica como “as melhores possíveis”. “Lula é jeitoso e não vai querer brigar com ninguém, vai tentar fazer a boa política, a boa vizinhança. O Brasil tem um leque de oportunidades desde frigoríficos, aumentar a exportação de soja, milho, novas tecnologias, investimentos estruturantes financiados por empresas chinesas, porto, aeroporto, ferrovias e muitas oportunidades”, elogia.
A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China, a convite do presidente chinês Xi Jinping, ganha importância global em meio às incertezas sobre o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, que completou um ano em fevereiro, mas a expectativa de analistas é de que a pauta econômica e comercial esteja mais em evidência durante a turnê do petista pelas cidades de Pequim e Xangai entre os dias 26 e 31 deste mês.
Analistas lembram que o Brasil, atualmente, é muito mais dependente da China do que o contrário. Os dois países são parceiros comerciais desde 2009, e a parceria estratégica ocorre desde 1993, ou seja, há 30 anos. Essa aliança tornou-se global em 2012, ano em que a corrente de comércio — soma das exportações e das importações — entre os dois países era de US$ 75,4 bilhões, e, no ano passado, esse volume dobrou, para o patamar recorde de US$ 150 bilhões, com um saldo comercial favorável ao Brasil, de US$ 28,7 bilhões, abaixo dos US$ 40,2 bilhões registrado no ano anterior, outro recorde histórico, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
A visita da comitiva brasileira à China ganhou destaque na imprensa internacional.