No período entre 2022 e 2023, houve queda no número de denúncias dos seguintes crimes de ódio na internet: racismo (-20,36%), LGBTfobia (-60,57%) e misoginia (-57,56%). Os dados foram monitorados pela organização não governamental (ONG) SaferNet.
A ONG divulgou o levantamento anual da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos nesta terça-feira (6/2), Dia Nacional da Internet Segura. Todas essas denúncias são enviadas para apuração pelo Ministério Público Federal (MPF).
Confira os números:
Racismo: 2.804 (2022) | 2.233 (2023)
LGBTfobia: 3.807 (2022) | 1.501 (2023)
Misoginia: 8.734 (2022) | 3.706 (2023)
Outros crimes: 1.922 (2022) | 1.282 (2023)
Para a SaferNet, a queda no número dessas queixas era “esperada”. Isso porque denúncias de racismo, LGBTfobia e misoginia costumam apresentar uma curva crescente em anos eleitorais, de acordo com comportamento analisado em 2018, 2020 e 2022.
“A queda expressiva de denúncias desses indicadores, contudo, não foi suficiente para frear a tendência de alta no número de denúncias recebidas pela Safernet”, diz a ONG.
Recorde de crimes de ódio em 2023
Em 2023, a soma das denúncias de todos os crimes que ferem os direitos humanos atingiu pico histórico na plataforma da ONG, mesmo com a queda de alguns crimes de ódio.
Só no ano passado, foram feitas 101.313 acusações na Central Nacional da SaferNet. O recorde anterior era de 2008, que contabilizou 89.247 casos.
Em comparação com 2022, o total de novas denúncias de violações de direitos humanos recebidas pela SaferNet em 2023 cresceu 48,7%.