Um dentista, acusado de pedofilia, foi indiciado pela polícia do Rio Grande do Sul. As vítimas, que eram crianças, afirmaram que ele abusava delas durante as consultas.
O consultório de Fabrício da Costa Fortes ficava em um prédio, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.
Aos 22 anos, a estudante Elissa Seadi teve coragem para denunciar os abusos que sofreu durante tratamento com o aparelho ortodôntico. Ela tinha só 10 anos. A cada consulta, o dentista avançava mais.
“Mês a mês foi piorando os atos sabe? Um mês ele abria a roupa e passava a mão, daí ele passava a consulta toda segurando nos meus peitos. Depois começou a passar a mão nas minhas partes íntimas”, conta a vítima.
A partir da denúncia da estudante, em março deste ano, foi reaberta a investigação de outro caso semelhante, envolvendo uma menina de 12 anos, em 2005. A polícia concluiu os inquéritos e indiciou o dentista por estupro de vulnerável e atentado violento ao pudor.
“Essas crianças iam para consultas acompanhadas de pais, mães ou responsáveis. Em determinadas situações ou circunstâncias, quando elas iam desacompanhadas, seriam os casos em que esse profissional se aproveitava da situação para cometer os abusos que foram muito detalhados, que realmente nos mostrou um modus operandi, uma maneira de atuação reiterada”, afirma o delegado Maurício Arruda.
Em 2014, o dentista foi condenado a 8 anos por abusar de outra criança. Hoje ele cumpre a pena em liberdade e segue podendo atender pacientes.
O Conselho Regional de Odontologia (CRO) chegou a cassar o registro de Fortes em 2018, mas o Conselho Federal reduziu a medida para suspensão de 30 dias.
“Nós já encaminhamos uma solicitação para a Polícia Civil do inquérito na íntegra para que nós possamos mais uma vez tomar as providências e fazer os trâmites dos processos dentro do conselho”, diz Nelson Freitas Eguia, presidente do CRO.