A Polícia Civil investiga uma dentista acusada de deformar o rosto de, pelo menos, dezoito pacientes, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. A profissional oferecia harmonização facial, uma técnica de preenchimento facial (não cirúrgica), com ácido hialurônico, que é uma substância temporária e absorvível pelo corpo humano, enquanto, efetivamente, ela inseria PMMA – polimetilmetacrilato -, que é uma substância permanente e inabsorvível pelo o corpo humano.
As vítimas procuraram a polícia depois que o procedimento realizado por Gisele Gomes as deixou com o rosto desfigurado. Lana Vellascos, uma das vítimas, teve uma infecção na boca após fazer um preenchimento labial.
No mesmo dia, os lábios incharam e a pele ficou escura, mas, ao procurar a dentista, recebeu a informação de que os hematomas eram normais e seriam consertados na próxima aplicação. Lana e outras 17 mulheres registraram boletim de ocorrência contra a dentista, que foi denunciada pelo Ministério Público.
Segundo a advogada das vítimas, Andrea Paes, as consequências do procedimento mal feito vão além da aparência. Segundo Paes, muitas desenvolveram cárie porque não conseguem mais escovar os dentes, já que a substância injetada causa muita dor.
Ela também comenta que algumas mulheres chegaram a se divorciar e perder o emprego após caírem no golpe, “teve mulheres que se afastam do marido e, porque entram em depressão pela transformação, gera o divórcio. Mulheres que se afastaram e perderam a profissão porque não conseguem exercer a profissão com o rosto deformado que ficaram”.
No consultório de Gisele Gomes foram apreendidos produtos vencidos e sem autorização para uso no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As vítimas pretendem pedir indenização pelos danos causados.