A Delegacia Seccional de Fernandópolis abriu inquérito para investigar quatro agentes da Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes, acusados de atirar contra uma família, durante uma abordagem, no Jardim Araguaia, em janeiro deste ano. No carro do vendedor Adriano de Andrade, estavam duas crianças.
Com os disparos, Adriano, 27, foi atingido no joelho. Uma bala perfurou a lataria do carro e por pouco não atingiu um bebê de quatro meses, que estava no colo de Carla Marques de Andrade, mulher do vendedor.
Por causa do ferimento, Adriano foi operado em Rio Preto, mas uma infecção obrigou os médicos a amputar a perna acima do joelho.
O advogado da família, Ricardo Franco de Almeida, disse que os policiais cometeram falhas de abordagem e prepara uma ação indenizatória contra o Estado.
O delegado, Orestes Carósio Neto, responsável pelo inquérito, diz que os policiais envolvidos já prestaram, mas não revelou o conteúdo. Segundo ele, é prematuro falar sobre o que aconteceu, porque o caso está em investigação.
Dois inquéritos foram abertos: um pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes e outro para investigar a conduta dos policias durante a abordagem.
A polícia tem trinta dias para concluir as investigações. Os policiais envolvidos no caso continuam trabalhando.
Os fatos
Adriano contou que estacionava o carro, à noite, em frente à casa da sogra dele, em Fernandópolis, quando foi abordado pelos policiais, que estavam armados.
“Eu pensei que fosse um assalto ou um seqüestro, porque estavam vestidos de roupas comuns. Jamais pensei que fossem policiais. Por isso, saí rápido com o carro, em marcha ré, para escapar”.
O vendedor disse que os policiais procuravam entorpecentes dentro do carro da família, mas nada foi encontrado.
Ele nega envolvimento com drogas e alega que não reagiu.
