sábado, 23 de novembro de 2024
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Del Nero e Marin manobraram para manter esquema na Conmebol

Marco Polo Del Nero e José Maria Marin, dois dos últimos presidentes da CBF, atuaram para organizar a eleição de Juan Napout na Conmebol e, assim, continuar o esquema de…

Marco Polo Del Nero e José Maria Marin, dois dos últimos presidentes da CBF, atuaram para organizar a eleição de Juan Napout na Conmebol e, assim, continuar o esquema de corrupção que existia no futebol sul-americano.

A informação faz parte de uma carta enviada nesta terça-feira, 7, pelos advogados da Fifa à Justiça norte-americana.

No documento, baseado em depoimentos colhidos durante o julgamento de 2017, os advogados da entidade apontam que Marin montou um “esquema com Juan Angel Napout, Marco Polo Del Nero e outros dirigentes sul-americanos para ter Napout eleito presidente da Conmebol, onde Napout poderia melhor dirigir os esquemas de corrupção”.

O paraguaio assumiu a Conmebol em março de 2015, dois meses antes das prisões dos dirigentes esportivos. Seus dois antecessores no cargo seriam indiciados: Nicolás Leoz e Eugênio Figueredo. Napout prometeu transparência e reformas. Mas, em dezembro de 2015, seria a vez de ele ser preso. Em 2017, foi condenado por corrupção.

Marin também já foi condenado por corrupção e aguarda para saber sua sentença, em audiência marcada para o dia 22, em Nova York. Del Nero insiste que é inocente, mas foi indiciado pelo FBI e banido do futebol pela Fifa. Ainda assim, continua mandando no futebol brasileiro, por meio de “cartolas fantoches” que ocupam cargos estratégicos. Nos Estados Unidos, Del Nero é suspeito de ter recebido US$ 6,5 milhões (aproximadamente R$ 24,1 milhões) em propinas com acordos na CBF e Conmebol.

A informação está em documentos que a Fifa, Conmebol e Concacaf entregaram para pedir a recuperação de pelo menos US$ 120 milhões (aproximadamente R$ 445,3 milhões) de José Maria Marin, o ex-presidente da CBF, e outros condenados no esquema de corrupção do futebol. As entidades acusam seus ex-líderes de ter causado um “dano irreparável” a elas.

Como o jornal O Estado de S.Paulo antecipou, apesar de também ter sido fraudada, a CBF abriu mão de solicitar qualquer tipo de reparação, mesmo que esteja provado que ela foi prejudicada por seus líderes. Procurada, a entidade, que ainda vive sob a influência de dirigentes indiciados, optou por não se pronunciar.

Marin está preso nos Estados Unidos. Del Nero insiste que é inocente das acusações de corrupção e que isso será provado em “qualquer tribunal democrático”.

“Achismo é o nome dessa conclusão desses advogados”, escreveu, em uma mensagem à reportagem. “Napout foi candidato e eleito por unanimidade”, disse. “Sou inocente de qualquer acusação que possa existir e minha conduta ilibada ficará provada em qualquer tribunal democrático, político e que tenha como parâmetro a procura da verdade na busca da prova real, verdadeira e não de suposições e, repito, achismos”, concluiu.

Seus advogados ainda vão recorrer da decisão da Fifa que o baniu no futebol. Mas, para isso, aguardam ainda os documentos do Comitê de Ética da entidade.

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