domingo, 24 de novembro de 2024
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Defesa comenta conversas de médica mostradas em gravações

A polícia do Paraná chegou à fase final da investigação sobre a médica suspeita de ter provocado mortes na UTI de um hospital de Curitiba. Nesta segunda-feira (4), o advogado…

A polícia do Paraná chegou à fase final da investigação sobre a médica suspeita de ter provocado mortes na UTI de um hospital de Curitiba.

Nesta segunda-feira (4), o advogado de Virgínia Soares de Souza falou sobre conversas dela, gravadas pelos policiais.

A médica Virgínia Soares de Souza está presa há duas semanas em uma penitenciária feminina na região de Curitiba. Outros três médicos e uma enfermeira também permanecem presos.

A defesa da médica entrou com um pedido de habeas corpus, que deve ser julgado essa semana.

O advogado alega que as prisões foram baseadas em interpretações erradas de conversas telefônicas, que foram gravadas com autorização da justiça.

Segundo ele, os equívocos seriam resultado da falta de conhecimento da área médica.
Em uma das gravações da polícia, a médica fala de um paciente, Ivo Sptziner, que morreu na UTI: “O próximo que nós vamos desligar é o Ivo”, ela diz no áudio. Essa frase chamou a atenção dos investigadores porque diversas testemunhas disseram que a médica desligava o aparelho respirador de pacientes em estado grave.

Nesta segunda-feira, o advogado disse que ela apenas relatava que o paciente Ivo não iria sobreviver, mas que faria o possível para mantê-lo vivo.

Quando a médica fala em desligar, ela se refere a o quê?

Elias Mattar Assad, advogado da médica: Nos ambientes de UTI, chegam momentos em que o paciente atinge raias da intratabilidade. Medicamentos já não fazem mais efeitos. Estudando os prontuários, nós chegamos à conclusão de que esse Ivo, principalmente, estava numa situação de sobrevida, até. Estava sendo postergado o momento da morte para que os familiares pudessem chegar a tempo e presenciar esses momentos finais de Ivo.

Em outra gravação, a médica cita novamente o paciente Ivo.
Médica: Eu fui com dois de manhã, então se eu fosse com o Ivo, ficava feio. Então ou ia você ou eu amanhã, mas até me alivia se for hoje.

A defesa afirma que, nessa última conversa, a médica quis dizer que dois pacientes já tinham morrido na UTI, e que ela não queria lidar com outra morte no mesmo dia.

“Você imagine o estresse dentro de uma UTI. Se duas pessoas pela manhã foram a óbito, à tarde outra pessoa indo a óbito. Estresse”, ressaltou o advogado.

O Ministério Público recebeu o inquérito de mais de mil páginas da polícia do Paraná, que informou que só vai dar detalhes da investigação em uma entrevista que ainda será marcada. O Ministério Público tem cinco dias para decidir se encaminha ou não o caso para a justiça.

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