quarta-feira, 23 de outubro de 2024
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Decretada prisão de Mozaquatro

A Justiça decretou quarta-feira a prisão preventiva do empresário Alfeu Mozaquatro, dono de frigoríficos e curtumes instalados em Fernandópolis e em Monte Aprazível. Ele é suspeito de envolvimento em um…

A Justiça decretou quarta-feira a prisão preventiva do empresário Alfeu Mozaquatro, dono de frigoríficos e curtumes instalados em Fernandópolis e em Monte Aprazível.

Ele é suspeito de envolvimento em um crime de seqüestro, tentativa de homicídio e coação de testemunhas de um processo ambiental movido pelo Ministério Público contra suas empresas.

De acordo com a Polícia Civil de Monte Aprazível, três pessoas ligadas ao empresário teriam seqüestrado as testemunhas, na cidade, há dois meses. Os seqüestradores são de Fernandópolis: um policial militar, um ex-PM e um lutador de jiu-jitsu.

Giancarlo Camacho, segurança particular de Marcelo Mozaquatro, filho do empresário, morador do Jardim Santista, em Fernandópolis, apresentou-se ontem.

Nesta semana policiais de Monte Aprazível e agentes da Polícia Federal invadiram a casa dele, no Jardim Santista. Foram apreendidas armas brancas (facas e soco inglês).

O policial militar Fernando Barbosa Leopoldino foi preso no 16º Batalhão e conduzido ao Presídio Romão Gomes, em São Paulo. O ex-policial identificado apenas por Lucas foi levado para a cadeia de Monte Aprazível.

Marcelo e Alfeu Mozaquatro estão presos há 10 dias, suspeitos de serem líderes de um megaesquema de sonegação fiscal em negócios com carne, investigado pela Operação Grandes Lagos da PF.

Por mais este envolvimento dos empresários, a Polícia Federal acredita que Giancarlo Camacho pode acrescentar detalhes à investigação sobre o grupo.

Prisão temporária
Está previsto para vencer hoje o segundo mandado de prisão temporária dos 79 suspeitos de sonegação de impostos, que continuam em celas de sete cadeias da região. A renovação da prisão preventiva foi decretada pela Justiça Federal, de Jales, no início da semana, para o andamento das investigações.

Vinte suspeitos foram liberados, mas continuam respondendo aos inquéritos.

O delegado Rogério Giampaoli prometeu uma entrevista coletiva à imprensa hoje para explicar o desmanche do esquema acusado de sonegar R$ 1 bilhão de reais em impostos durante cinco anos.

O esquema era formado por empresas legais de compra de gado e venda de carne, que usava empresas abertas em nome de “laranjas” para a emissão de notas frias. Servidores públicos da Receita Federal e da Secretaria estadual de Fazenda são suspeitos de contribuir com os sonegadores.

Nota oficial
Em nota oficial distribuída ontem via internet à imprensa, o Grupo Mozaquatro afirma que vai provar à Justiça Federal que há “vários equívocos” nas acusações e que sempre declarou todos os seus negócios à Receita Federal, inclusive o recolhimento de impostos. Na nota o grupo afirma que recolheu R$ 18 milhões em impostos em 2005 e outros R$ 11,5 milhões neste ano. Contudo, admite interesse em quitar “algum valor subsista a favor do fisco” se isto ficar comprovado.

O grupo reafirma a inocência de seus diretores, garante quitação de débitos e o emprego de 1.000 funcionários nas empresas de Monte Aprazível e Fernandópolis.

Demissões
Ontem, o grupo deu aviso prévio para 100 empregados do curtume. Em Jales, o frigorífico do empresário João Carlos Altomari deu férias coletivas de 30 dias a 350 empregados.

A PF interpretou as medidas como tentativa de pressão para encerramento das investigações.

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