domingo, 24 de novembro de 2024
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Debate tem polarização Lula x Bolsonaro e embate PT x PSDB

O debate dos candidatos ao governo de São Paulo na TV Globo começou às 22h30 desta terça-feira (27) com uma dobradinha entre Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos)….

O debate dos candidatos ao governo de São Paulo na TV Globo começou às 22h30 desta terça-feira (27) com uma dobradinha entre Fernando Haddad (PT) e Tarcísio de Freitas (Republicanos). Depois, ambos passaram a ser alvo, sendo Tarcísio associado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), e Haddad, ao ex-presidente Lula (PT). No último bloco, Rodrigo Garcia (PSDB) subiu o tom contra Haddad e afirmou que o petista teme ser derrotado pelo PSDB no segundo turno.

No início, o petista e o candidato do Republicanos fizeram perguntas entre si e isolaram Rodrigo, com o apoio de Vinicius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT).

Pesquisa do Ipec (ex-Ibope) divulgada na tarde desta terça aponta que Haddad lidera a disputa com 34% das intenções de voto, seguido por Tarcísio, que tem 24% e assumiu isoladamente a segunda posição, e Rodrigo, com 19%.

O debate realizado pela TV Globo foi dividido em quatro blocos, teve duas horas e dois minutos de duração e foi o último encontro entre os candidatos para exposição de propostas e contraste de ideias antes do primeiro turno da eleição no domingo (2).

Seguindo a Lei Eleitoral, foram convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares, e sem impedimento na Justiça, seja eleitoral ou comum.

Participaram do debate:

Fernando Haddad (PT);
Tarcísio de Freitas (Republicanos);
Rodrigo Garcia (PSDB);
Elvis Cezar (PDT);
Vinicius Poit (Novo).

O debate foi dividido em quatro blocos:

Primeiro e terceiro blocos: temas livres;
Segundo e quarto blocos: temas determinados;
No quarto bloco, os candidatos fizeram as considerações finais.

Logo no início, no bloco em que candidatos selecionavam para quem fariam uma pergunta, Tarcísio escolheu Haddad, que foi questionado sobre as propostas do petista para geração “imediata” de emprego.

Haddad respondeu citando a gestão do ex-presidente Lula (PT), e aproveitou para criticar o atual governo federal. Ele também defendeu a redução do ICMS da carne e do leite, além da elevação do salário mínimo.

“No tempo em que eu fui do governo federal, por nove anos, no governo Lula, nós crescíamos mais de 4% ao ano. Hoje nós crescemos, nos últimos quatro anos, pouco mais de 1%. A economia é movida por dois fatores: consumo das famílias e investimento privado e público. As famílias tiveram seu rendimento achatado nos últimos anos, particularmente aqui no estado de São Paulo. Para que se tenha uma ideia, o salário mínimo paulista ficou congelado durante todo o período da pandemia, se aproximando do salário mínimo nacional, sendo que ele sempre foi 20% superior.”

Na sequência, em pergunta para Tarcísio, Haddad afirmou que o candidato era o único dos cinco presentes que defendia “obstinadamente o governo Bolsonaro”.

No questionamento, o petista citou o negacionismo com a ciência, a demora na vacinação contra a Covid, os cortes em programas sociais, na merenda escolar e o tratamento que o atual presidente destina às mulheres e perguntou se é este modelo de gestão que deseja replicar no estado de São Paulo.

Tarcísio usou a resposta para defender a gestão de Bolsonaro e atacar o governo do ex-governador João Doria (PSDB) e de Rodrigo Garcia (PSDB).

“Eu defendo o governo Bolsonaro porque é um governo que entrega resultado e faz acontecer”, afirma. E completa: “Isso é gestão, é compromisso, nós tivemos compromisso com a população. Compromisso que faltou na gestão do estado de São Paulo de Rodrigo e do Doria, que aumentaram impostos, fecharam empresas, nós vamos fazer tudo diferente.”

Abrindo o segundo bloco, Elvis poupou Haddad e voltou a criticar a política do governo de São Paulo, desta vez, sob o tema do meio ambiente, focando na poluição dos rios Pinheiros e Tietê.

Rodrigo perguntou para Tarcísio sobre obras inacabadas para atacar o candidato do Republicanos em sua área – ele foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro. Segundo Rodrigo, Tarcísio só entregou 18 km de rodovias.

“Tarcísio, você me acusou, através das suas redes sociais, que São Paulo tinha muitas obras paradas. Eu entrei na Justiça, ganhei um direito de resposta mostrando que você estava mentindo em relação à quantidade de obras paradas aqui em São Paulo. Hoje, São Paulo é um canteiro de obras. Nós temos mais de 8.000 obras em execução, estou caminhando. O que nós vamos investir em São Paulo nos próximos quatro anos é mais do que o governo federal vai investir”, afirmou o governador.

O candidato do Republicanos afirmou que sua gestão fez “a maior quantidade de leilões de infraestrutura da história”. “O governo federal, quando assumiu, assumiu com mais de 14 mil obras paradas. Assumiu o cemitério do PAC, aquelas obras que deixaram de ser feitas no governo do PT e foi concluindo várias obras do Ministério do Turismo, levou água para o Nordeste, concluiu a transposição do São Francisco.”

Na sequência, Haddad perguntou ao pedetista Elvis, marcando uma dobradinha do segundo bloco entre os partidos mais à esquerda presentes no debate.

Tarcísio aproveitou que tinha que direcionar a pergunta para o liberal Poit e o questionou sobre inovação e startups.

O bloco foi encerrado com o tema sobre o crescimento da fome no país. Rodrigo foi novamente o último a ser escolhido. Ele foi questionado sobre fome por Poit, e afirmou que que irá ampliar o número de restaurantes Bom Prato.

Elvis Cezar abriu o terceiro bloco citando o esquecimento de Tarcísio que marcou a semana: ele não soube responder onde era seu colégio eleitoral. O candidato do Republicanos respondeu o mesmo que escreveu no Twitter, “o que importa é não esquecer do povo”.

Na sequência, Poit perguntou para Haddad se ele concorda com um comentário feito por Lula em uma entrevista, quando disse que o caipira do interior de SP é ignorante.

Haddad relatou os preconceitos já sofridos por Lula e afirmou que Poit descontextualizou a frase “pra criar uma celeuma que não existe”.

“Na verdade, eu não conheço ninguém no Brasil que tenha sofrido mais preconceito do que o presidente Lula. Até hoje, depois de passar oito anos na Presidência e ser reconhecido no mundo, um dos maiores líderes políticos da história contemporânea, ele sofre o preconceito da elite, da elite econômica desse país. É uma pessoa que dá a mão e abre, abriu o Palácio de catador de material reciclável até o banqueiro sem fazer nenhuma distinção. Se tem uma coisa que não dá pra acusar o presidente Lula é de preconceito. Foi vítima de preconceito e nunca foi preconceituoso com ninguém. Você está descontextualizando uma frase pra tentar pinçar aí uma expressão. Pra criar uma celeuma que não existe.”

No quarto bloco, Poit falou a Tarcísio sobre corrupção no governo Bolsonaro e disse temer o ingresso do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB), preso na Operação Lava Jato, em um eventual governo do Republicanos.

Ao ser questionado por Tarcísio, Haddad atacou Bolsonaro e lembrou seus “deboches” contra a população indígena, as mulheres e outras minorias.

O quarto bloco também foi marcado pelo ataque de Rodrigo Garcia a Fernando Haddad. Rodrigo usou a resposta a uma pergunta sobre segurança pública para se dirigir ao petista.

Ele afirmou que Haddad não tinha “coragem” de fazer perguntas a ele por temer que o PSDB chegue ao segundo turno.

“Você tem medo de disputar a eleição no segundo turno porque você sabe que mais uma vez eu vou derrotar o PT. Quem assiste as tuas propagandas aqui até parece que você ajudou a gente a construir o estado que a gente tem. São Paulo é o melhor estado do Brasil porque o PT nunca governou esse estado. Do PT e do Haddad, ninguém tem saudade”, disse Rodrigo.

Considerações finais
No último bloco do debate, cada candidato teve direito a dois minutos para fazer suas considerações finais.

Fernando Haddad (PT)
“Muito obrigado, Cesar Tralli, Rede Globo. Muito obrigado aos demais candidatos, e a você que nos acompanhou até aqui. Domingo pode ser um grande dia, um dia de restabelecer a democracia no nosso país. Um dia de restabelecer os seus direitos, que foram ceifados pelos governos tanto estadual quanto federal. Foram cortados vários direitos importantes, frutos de lutas históricas do povo trabalhador, cortados sem dó nem piedade. Um dia em que a gente vai voltar a reindustrializar o estado de São Paulo. Não podemos perder mais empresas, do Vale do Paraíba, do ABC, do Norte de São Paulo, do Oeste de São Paulo. Empresas estão indo embora por causa do aumento de impostos, estão afugentando os investidores. Nós precisamos de mais comércio, de mais indústria, mais empregos de qualidade. E mais comida na mesa. Isentando de impostos e aumentando o salário mínimo paulista, você vai chegar até o final do mês sem dívidas acumuladas. Você vai se livrar das dívidas e vai voltar ao mercado de consumo de massa, que é o que faz a economia rodar. O industrial e o comerciante não vão contratar se não tiverem pra quem vender. E o segredo disso é o seu poder de compra, que não para de cair, em virtude de governos impopulares, que não se importam com você. Um estado rico como São Paulo ter 100 mil pessoas em situação de rua? Alunos de ensino médio ter o conhecimento de um aluno do sétimo ano do fundamental? Uma fila de 1,2 milhão de procedimentos do SUS aguardando agendamento? 500 obras paradas? Não, nós precisamos dar a mão, as mãos ao país. Brasil e São Paulo podem caminhar juntos e acabar com essa briga de um presidente e um governador. Vamos dar as mãos para o desenvolvimento do nosso país, para a prosperidade do nosso país. Vote 13.”

Tarcísio de Freitas (Republicanos)
“Primeiramente eu quero agradecer à Rede Globo pela organização. Agradecer principalmente você que nos assistiu, agradecer a Deus pela minha vida e todas as bençãos que tenho tido, agradecer à minha esposa Cristiane, parceira de 25 anos que me sustenta, me ajuda, me incentiva, agradecer minha mãe que essa hora está orando por mim, agradecer meu vice, Felício Ramuth, e meu coordenador de plano de governo, Afif Domingos, que está fazendo um trabalho maravilhoso. Eu não sou teórico, não sou político profissional, estou na minha primeira eleição, sou engenheiro, me acostumei a resolver problemas, a tirar projetos do papel e quero fazer a diferença, procurei fazer isso a vida toda. Acredito na santificação pelo trabalho, em plano e em equipe, isso pra mim é fundamental. E a gente construiu um plano que tem dois grandes pilares: o cuidado com as pessoas e a promoção do desenvolvimento econômico, a geração de emprego. A gente não quer ver mais pessoas nas filas dos hospitais esperando uma cirurgia eletiva, não quer ver uma pessoa se deslocando 400 km, saindo de Presidente Prudente pra Jaú ou pra Barretos pra fazer uma quimioterapia, nem um doente renal crônico saindo do fundo do Vale do Paraíba para fazer uma hemodiálise em Guarulhos. A gente não quer ver as pessoas perdendo 2 a 3 horas de viagem todos os dias porque não tem metrô chegando em Guarulhos, no ABC ou em Taboão. A gente quer fazer a diferença, não vai faltar dinheiro para as Santas Casas, não vai faltar para Organizações da Sociedade Civil importantes como as Apaes, vai ter segurança pública, educação de qualidade, que é quem abre as portas, nós vamos investir no potencial do estado de São Paulo, nós vamos promover o emprego, resolver obras de estruturas que estão paradas, trazer de volta a esperança, trazer de volta o desenvolvimento para essa potência chamada São Paulo.”

Rodrigo Garcia (PSDB)
“Quero agradecer à Rede Globo por dar essa oportunidade, de fazer esse último debate antes do primeiro turno. Agradecer a Deus, à minha família, à minha esposa, por estar aqui, participando desse momento, e pedir a sua atenção para essa eleição de governador de São Paulo. É o governador que está aqui, no dia a dia, cuidando do nosso estado, da segurança pública, da saúde, da educação, das nossas estradas, do Metrô. Portanto, o futuro de São Paulo depende muito de quem você, no próximo domingo, vai escolher para comandar São Paulo pelos próximos quatro anos. Eu tô aqui há mais de 20 anos, trabalhando por esse estado. Amo São Paulo. Ajudei a construir o nosso estado ao lado de você. O estado que a gente tem hoje não é fruto de um governador, de um partido. É fruto de milhões de pessoas, que ajudaram a gente a chegar até aqui. São Paulo é o melhor estado do Brasil e precisa continuar. Eu sei que ele só vai continuar se a gente ficar distante dessa briga política que só atrasou o Brasil. Desde quando começou essa briga ideológica, o que mudou na sua vida, pessoal? Tenho certeza que a resposta é nada. Portanto, estou aqui para proteger as nossas conquistas. Para trabalhar para que os AMEs, para que as Etecs e Fatecs, para que as obras de Metrô – são cinco hoje em andamento – que os mais de 15 mil quilômetros de asfalto, que as centenas de milhares de obras do Pró-SP, não parem. O que está em jogo é isso. Qualquer um dos adversários que ganhar a eleição vai parar. Vai tentar entender como funciona São Paulo. E São Paulo vai perder um tempo que a gente não tem. Estou aqui para proteger as nossas conquistas. Mas ao mesmo tempo, olhar para frente. Continuar avançando na área do combate à fome, com o cartão Bom Prato, o imposto zero para a população mais carente. Olhar pra frente fazendo o Pró-SP fase 2. Mais 600 novas estradas. Olhar pra frente fazendo o MédioTec, fazendo com que todos os alunos do ensino médio possam fazer o ensino integrado com o técnico. Olhar pra frente protegendo as mulheres desse estado, aos jovens, dando a eles oportunidade de emprego e de renda. Por isso, pessoal, eu peço seu voto de confiança no domingo para o Rodrigo, 45, governador. Para São Paulo seguir em frente. Pra São Paulo seguir em paz.”

Elvis Cezar (PDT)
“Eu quero agradecer a Deus, eu quero agradecer à Rede Globo, agradecer a você que ouviu todas essas propostas ao longo desse debate. Agradecer à minha esposa, minha família, agradecer minha equipe que tem trabalhado muito nessa campanha eleitoral. Eu quero agradecer à minha vice-governadora, a Gleide Sodré. Quero falar e pedir o voto para o Ciro Gomes, para presidente, número 12, para o Aldo Rebelo, senador, número 123, para todos os deputados estaduais e federais do PDT, número 12. Sabe? Nos últimos 20 anos, eu tenho combatido o bom combate. Eu combati a corrupção, denunciei máfias e mais máfias, desmontei máfias, eu ganhei prêmios com quatro vezes com o melhor prefeito do Brasil, sabe? Entreguei mais de 250 obras, mas isso não foi o mais significativo na minha carreira. Foi, sim, ter feito a maior evolução da educação do estado de São Paulo ser referência em combate à mortalidade infantil no estado de São Paulo e no Brasil, ser um vetor de geração de empregos, de transformação. Por isso eu quero ser governador de São Paulo. O Haddad já teve a chance, falhou, o Tarcísio já teve a chance, falhou. O Rodrigo, de cada 10 pessoas, 7 reprovam este governo. Me dá a oportunidade pra mudar São Paulo, tem 50% de votos indecisos. Vamos pro segundo turno e ganhamos a eleição, sim. É um projeto novo, mas com capacidade e experiência. Eu sou o Elvis, o seu governador, número 12. Vote 12.”

Vinicius Poit (Novo)
“Queria agradecer à Rede Globo, parabenizar pelo debate, essa é a democracia, onde todas as opções são apresentadas pro eleitor. Agradecer a Deus pela oportunidade de estar aqui hoje, por iluminar minhas palavras. Agradecer à Dóris Alves, minha candidata a vice, mulher negra que tem uma força descomunal, sabe? Que esteve comigo lado a lado, entende muito de segurança e, juntos, nós vamos trazer aquela segurança mais cidadã, fortalecer as guardas por todo o estado de São Paulo, dar o poder de polícia, sim pra guarda, integrar mais com a Polícia Militar, com a Polícia Civil. E retomar a confiança das pessoas reorganizando os territórios. Segurança em São Paulo em primeiro lugar. Quero agradecer minha esposa Evelin, meus pais. É que eu homenageei o nome da minha mãe, uma guerreira, professora, médica. Falo que são as duas profissões mais nobres, né? Ser professora e ser médica. Mãe, obrigado pelo exemplo que a senhora sempre me deu. Pode ter certeza que, eleito governador, os policiais, os professores e os médicos serão prioridades no nosso governo. E não os políticos, gente. Chega. Eu estou aqui pra apresentar algo diferente. Estou aqui pra lembrar você que ainda a gente está no primeiro turno. Não está decidido. Pode ter a pesquisa que for, mas enquanto o voto não sair da sua mão no domingo, tudo pode acontecer, assim como aconteceu em Minas Gerais, e o Zema foi eleito governador do estado. É este o exemplo que a gente quer trazer pra São Paulo. Sou o único governador que não usa o Fundão você já sabe, né? Governador da vaquinha, a gente anda, o pessoal vai conhecendo. Que não deve favor para político nenhum, só deve pra você. Peço a sua confiança pra no primeiro turno votar 30. Não no voto do ódio, do medo, da polarização, do voto da esperança pro estado de São Paulo. Pra votar 300 pra senador, no Ricardo Melão, meu amigo, parceirão. Trinta no presidente DAvila. E 30 nos deputados e deputadas do Novo, uma chapa que vai mudar a política desse país. Muito obrigado, que Deus nos abençoe e domingo vote 30.”

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