A cantora Daniela Mercury rebateu postagem de Jair Bolsonaro sobre a Lei Rouanet e propôs um encontro em Brasília. Nesta terça-feira (05), pelo Twitter, o presidente da República divulgou uma marchinha criticando a canção “Proibido o carnaval”, cantada pela artista junto a Caetano Veloso.
Na música, a dupla brinca com a frase da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, de que “menino veste azul e menina veste rosa”.
A música de Daniela Mercury e Caetano Veloso foi dedicada ao ex-deputado federal Jean Wyllys, do PSOL, que deixou o Brasil após alegar ameaças de morte.
Em resposta, Bolsonaro publicou a marchinha que critica o uso desmedido da Lei Rouanet. No texto que antecede o vídeo, o presidente diz que dois “famosos” acusam o Governo de querer acabar com o Carnaval, mas que a verdade é outra, e que esse tipo de “artista” não vai mais tirar proveito do benefício.
Depois da publicação, a cantora Daniela Mercury divulgou uma carta na qual se dispôs a explicar ao presidente como funciona o passo a passo da Lei Rouanet.
Na nota, a artista afirmou que nos últimos 20 anos usou R$ 1 milhão de verba pública na promoção de trios elétricos gratuitos para o público, o que teria, segundo ela, rendido retorno econômico ao turismo de Salvador.
A cantora disse ainda que “essa fake news sobre a lei Rouanet criada na eleição não pode continuar sendo usada para desmerecer o trabalho sofrido e suado dos artistas brasileiros”.
Já a empresária Paula Lavigne, mulher de Caetano Veloso, informou que o artista não vai responder à postagem de Jair Bolsonaro.
Ainda no Twitter, o presidente disse que a Lei Rouanet foi usada para cooptar parte dos artistas “famosos” num projeto de Poder, e que no atual Governo, a utilidade será para artistas em início de carreira. Bolsonaro também afirmou que “não passa de piada” a possibilidade de receber artistas que já se beneficiaram da lei.