terça, 12 de novembro de 2024
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Da vassoura aos tubos de ensaio

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a Fundação Educacional de Fernandópolis conta a história de Vanda Binatti, que já foi servente da Fundação e hoje é técnica do Laboratório…

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a Fundação Educacional de Fernandópolis conta a história de Vanda Binatti, que já foi servente da Fundação e hoje é técnica do Laboratório de Química da Instituição

A trajetória de uma mulher lutadora
Lavar, esfregar e limpar. Até o início deste ano, esses eram os três verbos mais empregados por Vanda Binatti, 47, mãe de Érico, 28, Fraciele, 26 e Eduardo, 15, e avó de Bruna, 8 e Vinícius, 3. De 2001 até 2007, ela também usava muito os verbos estudar, qualificar-se, vencer desafios e trabalhar cada vez mais.

Procurando uma melhor condição de vida, Vanda deixou de ser empregada doméstica em 2001 para trabalhar como servente na Fundação Educacional de Fernandópolis. O serviço diário não mudou muito, mas as oportunidades de crescimento sim.

A FEF oferece, a todos os colaboradores da instituição, bolsas de graduação para quem queira fazer um curso superior. Vanda, que tinha feito magistério e queria, há muito tempo, fazer uma faculdade, agarrou a chance e em 2006 formou-se em Ciências Biológicas pela Fundação. “Foi um período muito corrido, cansativo. Tinha dia em que até tinha vontade de desistir, mas me vinha uma força maior e eu não faltava. Muita gente que trabalha e estuda acaba desistindo. Mas eu fui até o fim, gostando muito do que estava fazendo. Minha família me apoiou muito e meus filhos ficavam orgulhosos de me verem voltando a estudar”, conta.

Em 2007, ainda como servente na FEF, ela dividia o tempo como professora eventual em escolas Estaduais de Ensino Fundamental, mas ainda queria mais. “Eu fazia a limpeza dos laboratórios da FEF e ficava me imaginando trabalhando neles, ajudando os alunos”, conta Vanda. Em outubro de 2006, junto com o final da faculdade, Vanda já iniciou o curso de pós-graduação em Gestão Sucro-Alcooleira, que terminou no ano passado.

Com um currículo assim e munida de uma força de vontade gigantesca, Vanda foi à direção da Fundação e pediu uma chance. “Eu estudei, me formei e queria aplicar o que aprendi. Não queria mais fazer faxina. Queria trabalhar na minha área. Foi quando conversei com o Sr. Luiz Vilar e ele concordou em me transferir de setor, valorizando todo meu esforço nesses últimos sete anos”, lembra Vanda, sorrindo muito ao contar do novo cargo. A partir do início deste ano, ela é uma das técnicas do Laboratório de Química da FEF, auxiliando universitários de diversos cursos em atividades de sala de aula e de pesquisa.

“Como a Vanda, temos muitas mulheres batalhadoras na Fundação. Elas conquistam, no dia-a-dia, cada vez posições melhores e têm influência direta no cotidiano da instituição. Não é nenhum favor empregá-las em cargos cada vez melhores. É, na verdade, o reconhecimento de que as mulheres são tão competentes quanto os homens e que lutam, todos os dias, para crescer ainda mais profissionalmente”, disse Luiz Vilar de Siqueira, presidente da FEF.

E depois de tantos sonhos realizados, Vanda já tem agenda nova de objetivos para cumprir. “Agora, além de desempenhar meu trabalho no laboratório da melhor maneira possível, quero estudar mais e, quem sabe, logo fazer um mestrado. Outra coisa que quero fazer logo é comprar um carro.”

Vanda é um dos exemplos de mulheres determinadas, que querem crescer e buscar novos objetivos todos os dias. Ela integra um número cada vez maior de mulheres que não querem mais ser Helenas (que na música de Chico Buarque ficam esperando os maridos vindos da guerra) ou como as Amélias de Ataulfo Alves e Mário Lago. Vanda é como as Marias de Milton Nascimento, que têm força, graça, raça e fé na vida.

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