Nove cursos de seis faculdades de Rio Preto e região estão entre os piores na avaliação do Ministério da Educação (MEC). Os cursos atingiram a nota 2 (o índice vai de 1 a 5). Esse resultado é considerado insatisfatório e as faculdades ficam impedidas de abrirem novas vagas do mesmo curso até passarem por nova inspeção do MEC. O resultado da avaliação foi divulgado anteontem e serve de parâmetro para medir a qualidade do ensino superior em instituições públicas e particulares do País.
Em Rio Preto, os cursos de nutrição (Unilago) e fisioterapia (Unorp) foram classificados como insatisfatórios. Na região, também estão na lista negativa do MEC os cursos de gestão ambiental e fisioterapia, ambos das Faculdades Integradas (Funec) de Santa Fé do Sul, além de farmácia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, das Faculdades Integradas (FEF) de Fernandópolis, e fisioterapia do Instituto de Ensino Superior (Imes) de Catanduva e do Centro Universitário de Jales (Unijales).
O mesmo estudo aponta ainda o curso de agronomia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Ilha Solteira, como o melhor da região (nota 5). “Isso se deve ao currículo pedagógico, dedicação dos professores e empenho dos alunos”, disse Anes Furlane Jr, diretor do campus. Para se chegar aos resultados, foram utilizados como base da pesquisa do MEC o desempenho dos alunos no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enad) de 2010 e avaliações das faculdades nos últimos três anos.
O “censo universitário” avaliou as áreas de conhecimento de saúde e ciências agrárias, distribuídas em 14 cursos: biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social, terapia ocupacional, agronomia, tecnologia em gestão ambiental, tecnologia em gestão hospitalar e tecnologia em radiologia. Para a aluna de biomedicina da Unorp Hosana Cristina Zanolini, 25, o resultado não traz preocupação. “Os professores são competentes. A nota baixa é uma questão pontual”, disse.
Segundo o especialista em educação Carlos da Fonseca Brandão, da Unesp de Assis, as notas podem ajudar na melhoria do rendimento dos alunos. “São parâmetros que podem nortear ações das instituições sérias e interessadas na melhoria da qualidade do ensino.” Para a diretora do Imes, Cibele Rocha Abdo, o resultado se baseia em dados antigos, por isso não representam as condições atuais de qualidade do ensino. “Temos uma grade curricular com total de horas acima do exigido, além de corpo docente altamente capacitado.”
A direção da Unorp, também atribui o resultado negativo à questões superadas, como a ausência de alunos da instituição no Enad. Segundo a diretora da Funec, Sanira Lins, a avaliação não condiz com a qualidade do ensino. “Nossa avaliação é feita pelo Conselho Estadual e cumprimos todos os requisitos para estruturar a qualidade oferecida”, disse. Segundo ela, vários alunos não compareceram ao Enad, o que motivou o resultado.
A coordenadora do curso de fisioterapia da Unijales, Josi Luiza Boton Nunes, esclarece que houve falha dos alunos no preenchimento dos questionários de avaliação. “Além disso, muitos alunos faltaram à prova”, afirmou em nota. Para o coordenador acadêmico da FEF, Marcos Polizelli, a abstenção dos alunos no Enad também motivou o resultado. “O resultado reflete um ciclo encerrado em 2010 e não a situação atual do cursos. A FEF desenvolve ações para aprimorar a didática, o corpo docente e infraestrutura de todos seus cursos”, disse. Nenhum diretor da Unilago foi encontrado para comentar a nota. (Fonte: Diário da Região, jornal)