O sinal de alerta sobre a condição de Carlos Sánchez só chegou ao técnico Cuca horas após o empate do Santos por 0 a 0 com o Independiente, em Avellaneda, no jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores.
Foi o que revelou o próprio treinador, que só passou a se preocupar depois de um questionamento de um jornalista na saída do Estádio Libertadores de América, na noite de terça-feira.
Cuca explicou que o próprio Sánchez não se lembrava da expulsão que supostamente o deixou irregular para o confronto de terça-feira, ocorrida na edição de 2015 da Copa Sul-Americana, quando ainda defendia o River Plate, em partida pelas semifinais contra o Huracán.
“Quando eu estava entrando no ônibus, um repórter da Argentina me chamou e me disse: Profe, está sendo abordado aqui o tema do Sánchez. No ônibus, perguntei ao Sánchez: você foi expulso?. E ele disse que não. Depois de um tempo, disse que foi expulso na Sul-Americana, contra o Huracán. Foi surpresa, porque se passaram três anos, houve uma anistia da Conmebol. A gente não sabe que tipo de anistia”, disse Cuca, em entrevista à ESPN Brasil, no desembarque da delegação no Brasil após o confronto de terça-feira.
A Conmebol decidiu abrir procedimento disciplinar para investigar possíveis infrações do clube brasileiro nos artigos 7.2 (escalar jogador não elegível para disputar a partida e cumprir as decisões diretivas ou ordens de órgãos disciplinares) e 19 (determinação de resultado de um jogo por responsabilidade ou negligência de uma das equipes).
A entidade, porém, não revelou quando apresentará o seu veredicto, mas uma decisão desfavorável ao Santos deverá provocar a aplicação do placar padrão para W.O. – 3 a 0 para o Independiente.
Após a expulsão em 2015, Sánchez foi suspenso por três jogos. No ano seguinte, a Conmebol, em comemoração ao seu centenário, impôs anistia a punições, reduzindo a pena do meio-campista uruguaio para um jogo. Ao fim de 2015, porém, Sánchez havia se transferido ao mexicano Monterrey, acertando o seu retorno ao futebol sul-americano após a disputa da Copa do Mundo da Rússia, para o Santos. Diante disso, o Independiente avalia que Sánchez estava irregular no confronto de terça-feira. O Santos defende que não errou, sob a alegação de que o sistema online da Conmebol indicava que o jogador estava em condições legais.