A experiência da Cruz Vermelha Brasileira no combate ao mosquito transmissor da dengue será conhecida hoje (13) por especialistas da federação internacional de mesmo nome. No fim de 2015, a organização estrangeira arrecadou 10 milhões de francos suíços para combater a zika e a dengue nas Américas. Além de exterminar o mosquito transmissor, o objetivo é mudar os hábitos da população local para acabar com criadouros.
A comitiva da Federação Internacional da Cruz Vermelha é composta por sete pessoas, entre elas, o epidemiologista colombiano Wbeimar Sanchez, que atuou contra o surto de ebola em países da África, em 2014. Hoje, a equipe será apresentada ao programa no Rio e amanhã (14) estará na Paraíba, acompanhando ações na prática. Ao todo, 12 estados do país participam da campanha contra o Aedes aegypti, por meio do voluntariado da Cruz Vermelha.
A coordenadora da Cruz Vermelha Brasileira, Anete Teixeira, disse que, mudar hábitos da população requer mais que mutirões de combate ao mosquito. Ela defende ações continuadas de informação e monitoramento para ver se as pessoas estão seguindo as orientações de saúde contra o mosquito. “Nossos voluntários vão nas comunidades nesta semana e retornam na semana que vem. Vai ver se encontra o mesmo foco, se diminuiu ou aumentou”, disse.
Os voluntários alimentam um aplicativo que permite o monitoramento das ações em tempo real. O resultado também é usado na comparação com os boletins oficiais de saúde.
Segundo Anete, apesar de avanços, a falta de limpeza urbana e de saneamento no interior e em aldeias indígenas dificultam o combate e agravam a transmissão de doenças. A coordenadora alertou para a volta de enfermidades graves pela falta de ações básicas de saúde.
“Estivemos em três aldeias de índios Xavantes no Mato Grosso. Levamos informação não só sobre a zika, mas sobre tuberculose e hanseníase, que estão se tornando uma realidade lá”. Ela também criticou a capital Porto Velho, por não ter lixeiras nas ruas.
Na América do Sul, o programa da Cruz Vermelha também é replicado na Bolívia e na Venezuela. As ações devem durar até agosto, caso não haja novo aporte de recursos.