O patriarca latino de Jerusalém, Fuad Twal, exortou os fiéis a permanecerem firmes e unidos mesmo na tragédia durante a missa de Páscoa celebrada na Igreja do Santo Sepulcro, no coração da Cidade Velha de Jerusalém.
“Cada dia que passa no Médio Oriente, somos testemunhas de acontecimentos trágicos”, disse Fouad Twal, a mais importante autoridade católica romana na Terra Santa.
“Enterremos no túmulo de Cristo nossas contradições, as nossas divisões religiosas, nossas hostilidades, a nossa falta de fé e nossos medos”, declarou.
“Deste túmulo emana luz e paz. E aqui, nesta Terra Santa, devem florescer novamente a luz e a paz”, acrescentou o patriarca.
Dezenas de milhares de cristãos tiveram que deixar suas casas no Iraque e na Síria frente ao avanço do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), no entanto, o patriarca exortou os cristãos a permanecerem firmes e unidos mesmo diante da tragédia.
“Muitos são aqueles que vêm para a Terra Santa para buscar a Cristo, buscando ao mesmo tempo suas próprias raízes: as nossas raízes estão aqui, no seio da Igreja-Mãe, no Monte Gólgota e neste túmulo vazio”, declarou o patriarca.
O Santo Sepulcro é administrado por seis igrejas cristãs: gregos ortodoxos, católicos de rito latino, os armênios apostólicos, os coptas egípcios, os ortodoxos siríacos e ortodoxos etíopes. Cada igreja controla uma parte cuidadosamente delimitada do lugar.
Além disso, centenas de peregrinos cristãos de outras denominações se reuniram neste domingo, em Jerusalém, no Jardim da Tumba para celebrar o Domingo de Páscoa, quando os cristãos celebram a ressurreição de Jesus, três dias após ser crucificado.
Em uma manhã de sol, mas fria, os peregrinos de todo o mundo reuniram-se no túmulo escavado na rocha, localizado ao lado de uma colina em forma de caveira, que muitos cristãos consideram como um possível lugar onde Jesus foi crucificado.
A multidão no local cantava em coro e muitas pessoas tiravam fotos do túmulo vazio.
Jerusalém, “casa de oração”
“É simplesmente incrível estar aqui”, afirmou uma visitante da Terra Santa, Miok, uma mulher sul-coreana de 41 anos.
“A Bíblia diz que Jerusalém é uma casa de oração para todas as nações e que aqui você pode encontrar pessoas de todas as nações”, disse ela em uma conversa com a AFP.
Shagufta, de 50 anos, originária do Paquistão, descreveu a experiência como “muito emocionante”.
“Nunca havíamos visto algo assim. É emocionante ver tantas pessoas de todo o mundo e estar no local onde Jesus viveu e andou”, disse Shagufta.
O chamado Jardim da Tumba está localizado ao norte da Porta de Damasco, longe da cidade velha de Jerusalém, a cidade anexada por Israel.
Descoberto no século XIX, o Jardim da Tumba tornou-se rapidamente um local popular, alternativo à Igreja do Santo Sepulcro.