segunda, 18 de novembro de 2024
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Crise do grampo acirra disputa entre PF e Abin

A crise da escuta clandestina nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, acirrou a disputa entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)….

A crise da escuta clandestina nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, acirrou a disputa entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu ontem que o grampo pode ter sido feito ilegalmente por arapongas da Abin e assumiu a defesa da Polícia Federal. Tarso foi duro em relação à Abin: disse que a agência “não poderá sonegar informação” no inquérito sobre o grampo, sob pena de ficar com a pecha da espionagem. O escândalo resultou no afastamento temporário do diretor-geral da Abin, Paulo Lacerda, e seus subordinados.

Tarso reconheceu a possibilidade de os grampos nos telefones de Mendes terem sido feitos no rastro da Operação Satiagraha, que em julho alvejou o banqueiro Daniel Dantas, preso duas vezes.

Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspeitam que Mendes tenha sido alvo de espionagem por mandar soltar Dantas duas vezes. Agentes da Abin ligados a Lacerda e ao delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha e foi afastado do caso, estariam desconfiados da proximidade entre Dantas e o presidente do STF. Na época, a Abin entrou na operação à revelia do diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa.

Tarso reafirmou que o inquérito da Satiagraha teve problemas, por causa da “espetacularização” das prisões, mas não quis responsabilizar Lacerda – definido por ele como “homem sério” – pelas interceptações telefônicas. “Queremos reorganizar as relações da Abin com a PF para que sejam totalmente formais e explicitem o nível de colaboração. A Abin, por exemplo, não pode fazer interceptação nem investigações”, insistiu o ministro.

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