“Vem, mulher, vem galopando, que o cavalo tá gostando.” “Cavalo ficou danado, galopa de frente, galopa de lado.” “Depois senta e rebola.” “Olha o cavalo no cio.”
As frases acima fazem parte da letra do funk intitulado Cavalo Taradão. A música foi tema de apresentação para crianças do Centro Integrado de Educação Pública (Ciep) Luiz Carlos Prestes. Mantida pela prefeitura do Rio de Janeiro, a escola fica no bairro Cidade de Deus, na zona oeste carioca.
No vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver que a apresentação ocorreu dentro do pátio do Ciep, para alunos adolescentes e crianças. A dançarina, com máscara de cavalo cobrindo o rosto, surge “galopando” em um homem negro.
Depois, ela começa a dançar na frente dos alunos. Por fim, a apresentação conta com três homens, que surgem saltitando e fazendo “passinhos” de funk. Eles usam roupas típicas de bailarinas, inclusive saias.
Deputado critica apresentação para crianças de escola do Rio de Janeiro
Não há, por ora, informações sobre a data da apresentação de funk, com homens de saia e música que exalta o cavalo que “galopa”, “senta” e “rebola”. O caso, contudo, ganhou as redes sociais no último fim de semana. O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) compartilhou o vídeo da dança em seu perfil no Instagram. Ele se mostrou indignado com o caso.
“Volto a repetir: o lugar mais perigoso que você pode deixar o seu filho hoje é na escola”, afirmou Gayer. “Preste atenção na letra dessa porcaria.”
A postagem de Gayer mostra que o vídeo original é da conta @thamirescandida6, no TikTok. Na redes social, ela informa ter 27 anos e se apresenta como dançarina, coreógrafa e youtuber — além de exibir emoji com a bandeira com as cores do arco-íris, normalmente usada por membros da comunidade LGBT. O vídeo do cavalo que “galopa, senta e rebola” não aparece mais no perfil dela no TikTok.
Também deputado federal de oposição ao governo Lula, Mario Frias (PL-SP) criticou o tipo de apresentação musical imposta aos alunos da escola da Cidade de Deus. O parlamentar cobrou a punição dos responsáveis pela situação.
“Por que a direção do colégio permite esse tipo de conteúdo para crianças?”, perguntou Frias, em postagem no Twitter. “Por que insistem em sexualizar, em vez de focar no ensino de disciplinas, como português, matemática, geografia e história?”
“A direção da escola precisa ser responsabilizada”, prosseguiu o deputado. “Isso é absolutamente inaceitável!”