Um menino de um ano está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base (HB), em Rio Preto, porque engoliu soda cáustica.
O produto provocou no garoto necrose no esôfago e estômago, além de queimaduras na boca e região genital. Morador de Jales, o menino Caio Silva está internado há seis dias, respira com a ajuda de aparelhos e permanece sedado.
A médica Marina de Rezende Ferreira, responsável pela UTI pediátrica do HB, afirma que o produto corroeu parte do estômago do garoto. Por isso, é necessário esperar o líquido parar de fazer efeito e o organismo começar o processo de cicatrização para saber quais as consequências das lesões.
“Isso demora entre um e dois meses. Ele está entubado para evitar que o processo de cicatrização feche as vias respiratórias. Por enquanto ainda não sabemos como vai ser a evolução do quadro e se ele vai ter sequelas que atrapalhem na respiração e alimentação”, disse.
Acidente
A família do menino afirma que a ingestão foi por acidente. De acordo com avó dele, a dona de casa Fátima de Carvalho Silva, 44 anos, o neto estava brincando na casa da bisavó quando pegou o produto conhecido como “Diabo Verde”, forma líquida da soda cáustica que é utilizado para limpeza e desentupimento, que estava em cima da pia da cozinha.
“Ela (a bisavó) estava usando o produto para limpar o fogão e quando descuidou ele virou a garrafa na boca. Foi um desespero. Fizeram ele vomitar, então o produto queimou também a boca e região genital dele”, disse a avó, que faz questão de visitar o neto todos os dias durante o período da manhã e tarde, mesmo sem poder entrar na UTI.
Logo após o acidente, a criança foi levada ao Pronto-socorro de Jales, cidade onde a família mora, e encaminhado à Santa Casa da cidade. Como o hospital não tem UTI Pediátrica, o menino foi levado para o Hospital de Base de Rio Preto. “Os médicos disseram que o estado dele é muito grave. Estamos rezando por um milagre de Deus. Nossa angústia está muito grande”, afirma Fátima.
De acordo com a mãe do menino, a empregada doméstica Márcia Maria Lúcia da Silva, 29 anos, Caio ficava todos os dias no período diurno na casa da bisavó para que ela e o marido pudessem trabalhar, mas afirma que nunca tinham ocorrido acidentes desse tipo. “Deve ter sido um segundo de descuido. Ele, como qualquer outra criança dessa idade, quer colocar tudo na boca. Agora só nos resta orar pela recuperação dele”, diz a mãe.