Os problemas logísticos da Exposição Agropecuária de Fernandópolis já provocam todo tipo de especulação. Corre na cidade o boato de que o grupo “Os Independentes”, que desde 1955 promove a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, estaria interessado em implantar um modelo semelhante em Fernandópolis.
De acordo com essa versão, “Os Independentes” formariam parceria com empresários de Fernandópolis e Votuporanga para a consecução da festa.
A se considerar que o grupo barretense prega a total independência em relação ao poder público – o recinto da festa em Barretos pertence ao grupo, e não à municipalidade – seria possível acreditar que essa parceria, se vingar, promoverá a festa do peão em outro local, em vez do Parque de Exposições “Percy Waldir Semeghini”.
Outro obstáculo está no patrocínio. A marca de cerveja que patrocina a festa de Barretos não pertence à cervejaria que patrocina a Expô de Fernandópolis.
Assim, ressalvada a hipótese de que se estabeleça uma concorrência, a presença dos Independentes em Fernandópolis se tornaria improvável – a não ser que aconteça algo inusitado e a cidade tenha dois eventos country por ano.
ESPAÇOS
Em 2010, o esforço logístico da Polícia Militar, que usou até helicóptero no planejamento do controle de trânsito da Expô, não impediu o caos nas vias que levam ao recinto. Problemas com estacionamentos nas imediações do Parque de Exposições provocaram congestionamentos e demora para chegar ao recinto.
A verdade é que o problema tende a recrudescer. As áreas no entorno da Expô, antes rurais, vão aos poucos se transformando em loteamentos. Isso tira cada vez mais os espaços para estacionamento.
Há uma semana, a prefeitura garantiu ao Rotary Club Fernandópolis que deverá ser publicado em breve um decreto que garantirá a desapropriação de uma área próxima ao Parque Percy Waldir Semeghini.
Esse espaço é particular e é alugado todos os anos pelo Rotary para instalar o estacionamento de veículos. Os recursos obtidos são direcionados para a entidade Caefa, que é assistida pelo clube de serviço.
Se a área for efetivamente desapropriada, isso garantirá ao Rotary a continuação das atividades anuais. O prefeito Luiz Vilar teria garantido ao clube que, depois do procedimento, não será necessário pagamento de aluguel para explorar o estacionamento.
O atual presidente do Rotary, André Campos, disse que a renda que o estacionamento obtém é capaz de manter o Caefa durante todo o ano.
Segundo o proprietário da imobiliária que administra o futuro loteamento, nada disso irá acontecer, pois até agora nada foi comunicado aos proprietarios da área que supostamente será desapropriada.
Um dos proprietários do futuro loteamento, que é morador de Patos de Minas – MG, garantiu que a notícia que circulou esta semana não procede. “Até agora eu e os meus sócios não recebemos nenhuma notificação de desapropriação. Estamos totalmente certos com a documentação, cuja maioria já está aprovada”, garantiu José Ricardo Abdo de Souza.
O empresário disse que seria “loucura” do prefeito desapropriar a área. “Isso não faz sentido, é loucura querer desapropriar essa área que renderá 700 casas e muito progresso para a cidade. Acredito que 700 casas rendem muito progresso”, disse.
Se a área efetivamente de tornar um loteamento, os problemas de estacionamento aumentarão. Além disso, existe a possibilidade de a área pertencente ao Grupo Arakaki, conhecida como “estacionamento do Mikika”, também ser loteada.
Assim, 43 anos depois da criação da festa, começa-se a cogitar de sua transferência para outro local, deixando o tradicional Parque de Exposições para outras destinações.