A preocupação com as questões sócio-ambientais deixou de ser um modismo e se tornou um fator de decisão na hora da compra. Uma pesquisa, feita pela InterScience, Informação e Tecnologia Aplicada, revela que as políticas de responsabilidade social influenciam o consumidor na escolha de um determinado produto ou serviço. O levantamento aponta que, para 51% dos entrevistados, a responsabilidade sócio-ambiental é relevante na hora de decidir uma compra. O índice é maior nas classes A e B, em que 71% dos entrevistados disseram optar pelas empresas que desenvolvem algum projeto social ou ambiental. Para a estudante de direito, Lara da Silveira, de 20 anos, as empresas devem investir em projetos que equilibrem o impacto causado no meio ambiente e na sociedade, pela exploração de mão de obra.
Todas as empresas têm que preservar o meio ambiente que está acabando. Porque elas estão acabando com essa parte, do social também, do ambiental. E elas têm que equilibrar o que elas fazem. Compensando um prejuízo, então elas têm que compensar com certeza.
É importante que os consumidores fiquem atentos. Muitas empresas dizem desenvolver projetos sócio-ambientais, mas, na verdade, nem chegam a colocá-los em prática. É o que explica o pesquisador em consumo da Universidade de Brasília, Rafael Porto.
As ações são sempre bem-vindas. Na verdade, o que me preocupa mais, é a implementação delas. Porque, muitas vezes, as empresas terminam implementando e ficando apenas no discurso. Então, fica falando que ela ajuda um hospital sendo que ela está prejudicando outras pessoas de outras maneiras. Alguns tipos de empresas prejudicam de alguma maneira o consumidor ou a sociedade só que, por outro lado, elas fazem outro tipo de ação pró-ambiental para mascarar. Nesse sentido, obviamente que é ruim.
Em um quadro geral, a pesquisa revela que a qualidade foi o primeiro ponto citado por 61% dos entrevistados, depois vem o atendimento, com 58%. Entre os consumidores que foram consultados, 46% consideram o preço importante da hora de definir onde comprar e 45% classificaram as propagandas como sérias, éticas e comprometidas. Foram entrevistadas mil pessoas em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
