sexta, 15 de novembro de 2024
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CPI divulga transcrição do diálogo dos pilotos

Os deputados da CPI do Apagão Aéreo da Câmara divulgaram nesta quarta-feira a transcrição dos diálogos dos pilotos contidos nas caixas-pretas do Airbus da TAM. Elas indicam que os pilotos…

Os deputados da CPI do Apagão Aéreo da Câmara divulgaram nesta quarta-feira a transcrição dos diálogos dos pilotos contidos nas caixas-pretas do Airbus da TAM. Elas indicam que os pilotos pediram informações sobre as condições da pista e que a Torre informou duas vezes que estava “molhada e escorregadia”. Antes de iniciar a descida, o comandante disse ao co-piloto “lembre-se que temos apenas um reverso”. Após tocar o chão, um deles grita “desacelera, desacelera”, enquanto o outro responde “não consigo, não consigo”.

Após uma análise preliminar dos diálogos ocorridos entre pilotos do Airbus da TAM acidentado em Congonhas e a torre de controle, os membros da CPI do Apagão Aéreo na Câmara mudaram de opinião e passaram a considerar a aeronave como a maior causa da tragédia. Isso porque a transcrição das conversas aponta problemas em vários equipamentos de frenagem do avião, e não apenas no reverso (mecanismo na turbina que ajuda a frear).

“Não descartamos nenhuma hipótese. Mas olhando para essa informação parcial, a falha do equipamento foi mais preponderante na existência do acidente”, afirmou o relator da CPI, deputado federal Marco Maia (PT-RS).

O deputado Miguel Martini (PHS-MG), que é controlador de vôo por formação, acredita que o avião da TAM pode ter tido reduzida sua capacidade de frenagem em 50%. Pelos diálogos da caixa preta, disse Martini, foi possível constatar um problema no spoiler, um equipamento de freio aerodinâmico (que age fazendo resistência ao ar) localizado na parte superior das asas.

“O spoiler não subiu. Ele (piloto) perguntou o grau de spoiling e o outro respondeu ‘nothing’ (‘nada’)”, analisou o deputado, lembrando que a aeronave não podia contar com pelo menos um reverso. “Aí ele já tinha um reverso a menos, ou nenhum, considerando que a Airbus recomenda não usar quando só tem um fncionando”, explicou Martini.

Naquela configuração, ele tinha que ter dois reversos, o spoiler funcionando, os flaps e o freio mecânico porque a pista é pequena e estava escorregadia”, disse o parlamentar.

O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) ressaltou que os diálogos diminuem as suspeitas de falhas dos pilotos e que não se deve descartar as responsabilidade das autoridades do setor áereo na tragédia. “Parece que os pilotos adotaram procedimentos adequados para aquele pouso. Não podemos cair em duas armadilhas: primeiro, o interesse econômico relativo a quem pagará o seguro; a segunda armadilha é a discussão para diminuir ou aumentar a responsabilidade da ineficiência de gestão, em especial do Aeroporto de Congonhas, com relação a esse acidente”.

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