CPI dos Sanguessugas
De posse de dados dos inquéritos da Polícia Federal, a CPI dos Sanguessugas deve traçar uma investigação paralela. Nesta segunda-feira, o presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia, do PT carioca, recebeu informações da PF do Mato Grosso, em Cuiabá. São dados relacionados a compra por petistas do dossiê contra tucanos e a participação do governo de Fernando Henrique Cardoso na compra superfaturada de ambulâncias. Para agilizar os processos, o deputado Paulo Rubem Santiago, do PT de Pernambuco, defende a quebra de sigilo das empresas que trabalhavam com a Planam.
Como a justiça já quebrou o sigilo bancário, fiscal e telefônico do senhor Abel Pereira e nós estamos pedindo também a quebra de sigilo das empresas que trabalhavam com o grupo Planam, nós poderemos encontrar os caminhos que possam implicar as facilidades com as quais a Planam recebeu dinheiro e também os pagamentos que teria feito em troca da liberação desses recursos.
O empresário Abel Pereira é amigo do ex-ministro da Saúde do governo FHC, Barjas Negri. Ele é investigado por envolvimento com o dono da Planam, Luiz Antônio Vedoim. Barjas Negri e o ex-ministro petista da área, Humberto Costa, devem ser convocados para prestar depoimento aos parlamentares. O deputado Fernando Gabeira, do PV do Rio de Janeiro, sugere ainda a análise detalhada de informações no Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf.
Eu estou pedindo junto com o deputado Carlos Sampaio e outros deputados as informações do Coaf sobre 87 saques de mais de 100 mil feitos no Banco Safra, no Bradesco e no Banco de Boston. Esses saques de mais de 100 mil são pertinentes porque dizem respeito aos bancos que foram mencionados. 87 saques são um universo perfeitamente administrável.
A menos de 15 dias do segundo turno das eleições, a CPI dos Sanguessugas tenta, nesta terça-feira, votar mais de 200 requerimentos.