Mais cidades
Até este domingo (5), 62 cidades, maioria absoluta da região, mandaram pacientes com Covid-19 para o Hospital de Base de Rio Preto. Para se ter ideia de como a doença se alastrou em sua versão mais grave por estas bandas do interior do Estado, até o dia 17 de junho, ou seja, 20 dias atrás, doentes de 40 municípios no total tinham sido internados no HB. São 22 novas cidades que entraram no mapa do coronavírus divulgado diariamente pela instituição.
Mais graves
Os dados do HB, referência para 107 municípios, mostram ainda outra situação preocupante: a ocupação acelerada de leitos de UTIs. No dia 23, o Hospital de Base inaugurou sua 3ª UTI para pacientes Covid-19, com mais 20 leitos, totalizando 117. Nesta segunda, a ocupação dessas vagas beirou os 70%, índice mais alto até o momento, com 80 doentes necessitando de tratamento intensivo, sendo 72 confirmados e oito suspeitos. Há três semanas, eram 39 pacientes na UTI devido ao novo coronavírus.
Mais mortes
O volume de internações acumuladas em enfermarias e UTIs também mais que dobrou neste período. De 1º de março a 17 de junho, eram 182 doentes. No dia 5 de julho, esse montante saltou para 407 hospitalizações. O número de mortes acumuladas saltou de 40 para 73 neste curto período de tempo.
Top 5
As cinco cidades que mais mandaram pacientes para o HB até o momento são, pela ordem, Rio Preto (138), Mirassol (33), Guapiaçu (22), Tanabi (15) e Bady Bassitt (12).
Santa Casa
Na Santa Casa de Rio Preto, outra referência SUS em Rio Preto e cidades vizinhas, a ocupação de UTI também já ultrapassou o sinal de alerta há algum tempo. Bateu em 80% no final de semana e ficou em 75% nesta segunda (5). Na enfermaria, a situação é ainda mais grave, com 85% de ocupação.
Recorde em Rio Preto
O município de Rio Preto, por sua vez, bateu novo recorde de mortes por Covid-19 no espaço de 24 horas, chegando no triste patamar dos três dígitos. Foram 9 novos óbitos, totalizando 104 mortes. O município já soma também 3.431 casos confirmados da doença.
Descompasso
O médico e deputado federal Sinval Malheiros (Podemos) aceitou o convite do setor de comunicação do seu partido para avaliar em suas redes sociais a lei que torna obrigatório o uso de máscaras durante a pandemia da Covid-19. Porém, a postagem nas redes sociais mostrou falta de sincronia entre a crítica exposta no texto aos vetos do presidente e a fala do parlamentar, que se enrolou com as palavras e vendeu como “boa notícia” a ação de Jair Bolsonaro (sem partido). Tipo assim: a boca fala uma coisa e a legenda diz outra.
Onde mesmo, doutor?
Enquanto o parlamentar médico afirma que o uso de máscara está liberado dentro das residências e proibido em todos os outros locais, o texto que acompanha o vídeo informa que “o presidente vetou trecho da lei que determinava a obrigatoriedade do uso em órgãos e entidades públicas. E em estabelecimentos comerciais, industriais, templos religiosos e demais locais fechados em que haja reunião de pessoas”. Cômico e trágico ao mesmo tempo.
Inconformado
Também de Catanduva, mesma cidade de Sinval Malheiros, o médico Jorge Luís Valiatti mostrou-se inconformado com a decisão de Jair Bolsonaro: “Eu li, e não acreditei. Achei que era fake news, mas não era. O presidente agora veta o uso obrigatório das máscaras, e, pior, tenta impedir o poder público de fornecer máscaras a populações carentes”. Valiatti preside a Sociedade Paulista de Médicos Intensivistas e conhece de perto a realidade das UTIs do Estado de São Paulo.
Boicote
Coordenador do curso de Medicina da Unifipa/Fameca, Valiatti também defendeu em sua rede social “boicotar o comércio que não segue regras básicas como uso de álcool gel, distanciamento e uso de máscaras”. E acrescentou: “Um dono de empresa que não respeita os seus funcionários e clientes não me merece como consumidor. Quando você não usa máscara, assume o risco individual, mas também afeta outros que estão usando. Quando duas pessoas usam, a proteção é maior”.