quarta, 8 de janeiro de 2025
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Covid: apenas 15% dos médicos se sentem capacitados para atender

Um levantamento, feito pela Associação Paulista de Medicina, aponta que apenas 15% dos médicos se sentem capacitados para atender pacientes com a Covid-19. Para o estudo, foram ouvidos 2.312 profissionais…

Um levantamento, feito pela Associação Paulista de Medicina, aponta que apenas 15% dos médicos se sentem capacitados para atender pacientes com a Covid-19. Para o estudo, foram ouvidos 2.312 profissionais de todo o Brasil, entre os dias 9 e 17 de abril.

Um cirurgião geral, que tem atuado na linha de frente do combate à doença, relata que muito profissionais não são especializados para o tratamento de quadros respiratórios graves, característicos do novo coronavírus. “A medicina intensiva é uma especialidade médica que requer treinamento de pelo menos dois anos de residência médica. Um médico generalista ou médico das outras especialidades não está preparado para atuar como um. Mas, é o que está acontecendo, a gente está sendo deslocado para trabalhar com isso. A gente tem auxiliado da maneira como pode”, conta o médico, que prefere não ser identificado.

Ainda de acordo com a pesquisa, 90,5% dos entrevistados não foram submetidos a testes para detectar a presença do novo coronavírus, sendo que, destes 34,8% pertencem ao grupo de risco da doença. O profissional confirma que o dado corresponde à realidade dentro dos hospitais: “Sim, a gente trabalha sem a gente saber se está doente ou não, se a gente já está imunizado ou não”.

Para a Associação Paulista de Medicina, a falta de diagnóstico é risco tanto para as equipes médicas quanto para os pacientes. “A falta desse teste preocupa, seja com relação aos profissionais de saúde, seja com relação aos pacientes, é igualmente preocupante. Todos que têm suspeita da doença têm que ter direito a testes, para que nós possamos dar um acompanhamento adequado a esse problema”, afirma o presidente da associação, José Luiz Gomes do Amaral.

Diante de tantas dificuldades, o clima em muitos hospitais é de apreensão e de incerteza. O levantamento mostra que 86,6% dos médicos consultados veem os colegas com medo, deprimidos e até revoltados.

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