Um levantamento de dados feito pela reportagem do SBT no interior, com base em números do governo estadual, constatou que, a cada 19 minutos, uma pessoa é internada com suspeita ou confirmação de covid-19 no oeste e noroeste paulista.
O número de casos da doença, provocado pelo novo coronavírus, disparou desde o começo de junho, quando houve a flexibilização de setores da economia na maioria das regiões do Estado de SP.
De acordo com dados do governo estadual, em média, 75 pessoas são internadas por dia com suspeita ou chegam aos hospitais com diagnóstico de covid-19 na região.
Esse número é bem maior do que o registrado antes da flexibilização da quarentena. Antes, a média era de 46 internações por dia nas cidades do oeste e noroeste paulista.
De acordo com o infectologista Igor Barcellos Precinoti, o momento é o reflexo do que aconteceu na capital, chegando agora no interior. Esse crescimento não foi idêntico em todas as regionais de saúde.
Em Araçatuba, por exemplo, a média de internações diárias subiu de 5 para 10. Alta de 100%.
“O tempo de transmissão até início dos sintomas, varia de 13 até 14 dias. Então a gente pode afirmar que este aumento no número de casos é, sim, consequência dessa flexibilização, e que já era esperado”.
Cássia é uma das pacientes que precisou da internação. Ela foi uma das primeiras pacientes com covid-19 na região. Ela e o marido ficaram internados em Andradina (SP).
“Nós ficamos 14 dias em isolamento e a pressão foi aumentando junto com a febre. Depois, a médica pediu as internações. Em alguns dias, eu achei que não sairia de lá viva”.
O aumento causou impacto na estrutura de atendimento de hospitais, como a Santa Casa de Birigui. A unidade já transferiu quatro pacientes para o Hospital de Campanha de Penápolis por falta de leitos de UTI.
Na região do Departamento Regional de Saúde de Presidente Prudente, o aumento foi ainda maior. Passou de cinco para 14 internações diárias. Alta de 120%. Em Rio Preto, a alta foi de 47%.
“O que nós esperamos é que a população tenha consciência e faça o isolamento social, use álcool gel e não se esqueça de usar as máscaras. Cuidem-se. Esta é a melhor forma de não pegar o novo coronavírus”, finaliza o médico Flávio Roberto Garbelini de Oliveira.